Thomas Eakins (1844-1916) Sailing c.1875. óleo s/tela 81 x 117,5 cm. Philadelphia Museum of Art.
o mar é da liberdade o grito mais fecundo
Homme libre, toujours tu chériras la mer! Charles Baudelaire *
Aparelhar o barco, a mão firme no leme
medir o sol, caçar a vela, asa levantada.
Pelo vento azul na luz pálida que treme
partir com a vela grande toda enfunada.
Ir mapeando mares, mareando tempos.
Onda saltando à proa a talhar as águas,
inefável paz desses seguros momentos,
ao zarpar e esquecer todas as mágoas.
Saber se
o sol encobre a dourada maré
ao virar de bordo sem receio nem medo
qual vento venta vagueando
pelo
mundo.
Que horizonte ousar
para sem o alcançar
revelar o mais escondido do seu segredo:
o mar é da
liberdade o grito mais fecundo.
*Charles Baudelaire (1821-1867), L’Homme et la mer XIV in Les Fleurs du Mal 2ª ed. Poulet-Malassis et de Broise Éditeurs, Paris 1861. (pág.35 e 36).
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