René Magritte (1898-1967) La reproduction interdite, 1937. Óleo s/tela 79 × 65 cm. musée Boijmans Van Beuningen Roterdão.
Nota -O livro pousado na prateleira “Aventures d’Arthur Gordon Pym” é de Edgar Poe (1809-1849), na tradução de Charles Baudelaire (1821-1867). Michel Levy Frères Libraires – Éditeurs Paris 1858.
aquele que já sou e que serei não sendo
No mar amargo e vento incerto onde navego
reaparecem receios que ficaram escondidos
tempo curto para que se mudem as certezas
lugar onde moram tantos medos clandestinos.
O enigma da tarde que aparece nos espelhos
imagens da verdadeira verdade ou da fingida
com sonhos enevoados e pesados pesadelos
que se mais duram menos tempo são na vida.
Estas rudes mãos que apenas um nada tendo
com que se traçam vários círculos imperfeitos
que no mar se criam e se esfumam pelo vento.
Nunca pareça e não pereça que o modo lento
de receitar escondidos remédios sem defeitos
para aquele que já sou e que serei não sendo.
*“Mas entretanto o irreparavel tempo / Nos vae fugindo”
Publius Vergilius Maro ( 70 -19 a.C.) As Georgicas de Virgilio. Traduzidas do original em verso endegasyllabo com anotações exclusivamente agronómicas e zootechnicas por João Felix Pereira. Agronomo, medico, emgenheiro civìl e professor jubilado do Lyceo Nacional de Lisboa.Typographia Universal Lisboa 1875 (vs. 283 pág. 53).
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