Edward Munch (1863-1944). Separação 1896 óleo s/tela 96 x 127 cm. Museu Munch, Oslo. Google Art Project
Comovidos dias esquecidos
Quando ainda sonhava nesses cabelos de vento
e a luz sustinha o peso da sombra que esperava
não era um engano ou invenção do pensamento
mas o epítome e o
fim da paixão que se acabava.
Em todo o abandono
se descalça uma despedida
a qual torna
necessário saber perder a esperança
só nos resta esperar que essa esperança perdida
o tempo a acalme depois, e além dessa mudança.
Na monótona chuva que belisca a janela pequena
onde tremem finas gotas fugidias que, encerradas
e passageiras, escorrem fazendo cantar os vidros,
Os ébrios lamentos dessa presença d’água serena
em tantos sonhos de pausa amarga desencontrada
só os recordaremos em comovidos dias esquecidos.
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