Gustave Doré (1832-1883), les Océanides, 1860/69. Óleo s/tela 127 x 185,5 cm. Col. particular.
destino perdido
“Solo un sussurro
che è la voce
del mare fatta ricordo” Cesare Pavese *
Saber que
o bom o melhor o excelente
sempre se
gasta e morre ou apodrece
saber que
o raro a maravilha o sublime
rapidamente
como fumo se desvanece
Dilacerado por tanta inquieta desilusão
aos gritos que no mar provocam ondas
cintila no corpo essa satânica vibração
como luz que se esvai criando sombras
Aquelas ninfas que nos foram negando
as brandas águas e brisas passageiras
nesse escondido rochedo desaparecido
como a cristalina filigrana que entoando
os sedutores cantos as sensuais sereias
foram presságios
do meu destino perdido.
* “Só um sussurro / Que é a voz do
mar feita saudade”
Cesare Pavese (1908-1950). Mattino in Lavorare stanca, 1936. in Poesie di Cesare Pavese. Arnoldo Mondadori1966 (pág. 41).
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