Gaspar David Friedrich (1774-1840), caminhante sobre um mar de névoa c.1817. Óleo s/tela 98 x74 cm. Hamburger Kunsthalle.
preso ao peso da idade
De onde
vem a vagabunda, profunda e podre tristeza
que floresce
em mim e não cresce em mais ninguém?
A doentia
dúvida que me destrói, a estranha incerteza,
que não se sabe porquê, como se forma e d’onde vem.
Será da infância onde não havia ainda tantos enganos?
havia melhor tempo, havia outro espaço, havia mais luz.
Tempos sem
amarguras que não estavam envenenados
aos quais o
desejo a vontade de voltar ainda me conduz?
Onde se
diluiu o descuidado entusiasmo com que traçava
lúcido
futuro naquele amplo acontecer - com que energia?
Porque sinto
agora este cansaço preso ao peso da idade?
Perdidas estão
aquelas lutas solidárias em que acreditava
poder
criar com entusiasmo e alegria tudo o que perseguia,
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