Apontamento 5 - Felipe II e a vitória em Lepanto
Felipe II vai adquirir
a fama de guerreiro vencedor e defensor da Cristandade, quando, sob a liderança
das forças espanholas, uma armada cristã vence a batalha de Lepanto contra os
turcos otomanos.
fig. 26 - Autor desconhecido, A Batalha de Lepanto 1571. óleo s/tela 127 x 232,4 cm. Museu Marítimo de Greenwich.
Perante os ataques dos turcos otomanos aos portos do
Mediterrâneo oriental, o papa Paulo V (Michele Ghislieri 1504-1572), eleito Papa em 1566,
procura formar uma aliança, a Liga
Santa, de que fazem parte a Espanha, as Republicas de Veneza e de Génova, o
Ducado de Saboia, a Ordem de Malta e os Estados Pontifícios.
Alonso de Ercilla y
Zuñiga (1533-1594) num
poema intitulado La Araucana, publicado
no último quartel do século XVI, escreve:
“…asi de inspiracion habrá una
liga,
Donde el Papa y Senado Veneciano
Juntarán su poder, su fuerza y
gente
Com la del Rey Católico potente.” [1]
Portugal não participa
na Liga Santa como refere (ou justifica) o português Jerónimo Corte Real (c.1530-1588),
no seu poema, escrito em castelhano, intitulado “Felicissima Victoria concedida del cielo al señor don Iuan d’Austria, en el golfo de Lepanto de la poderosa
armada Othomana, en el año de nuestra salvacion de 1572”, em 15 Cantos,
e com sonetos dedicados ao autor, entre outros, pelos poetas portugueses Pedro
de Andrade Caminha (c.1520-1589), Andre Falcam (André Falcão de Resende 1527-1599) e Diogo Bernardes (c.1530- c.1594).
“Pues elRey Lusitano esta impedido
Com las continuas guerras de Oriente,
Donde sus capitanes belicosos
Grandes victorias ganan impossibles.” [2]
Em 1571 a Liga Santa
organiza uma poderosa esquadra para combater os Turcos Otomanos e sob a
liderança das forças espanholas, vence na batalha de Lepanto os turcos
otomanos.
Essa vitória, que
sustem o avanço dos turcos no Mediterrâneo, teve inúmeras consequências para a
Europa, e sobretudo para Felipe II o qual vai adquirir e fomentar, a sua fama
de defensor da Cristandade e do guerreiro vencedor dos mouros.
Jerónimo Corte Real inicia o seu, já referido, longo poema com:
“Canto con alta voz, canto la fuerça
El ímpetu furioso, osado y fiero
de la Christiana
gente, el vencimento
De la armada Othmana aqui rendida.” [3]
A Armada espanhola sob o comando de D. Juan de Áustria (1547-1578), irmão bastardo de Felipe II, “Viene por general, aquel mancebo / Ioan de Austria, único hermano de Philipo…”, partiu do Arenal (o porto fluvial) de Sevilha:
“El Arenal dexando, al mar se engolfan:
Los bastardos velames desplegando:
Y a la forçosa lucha de los remos
Cesse, dando a los míseros alivio.” [4]
Ou como também assinala o poeta Fernando de Herrera (1534-1597):
“Aquí, do el grande Betis vé
presente
l'armada vencedora, qu'el Egeo
mancho con sangre de la Turca
gente” [5]
Em 7 de Outubro de 1571, junto a Lepanto na Grécia, dá-se finalmente a batalha, que Corte Real descreve nos Cantos XII a XIV da sua obra.
À Armada espanhola, comandada por Juan de Áustria, juntam-se as embarcações dos principais interessados: a República de Veneza cuja a frota de Veneza é comandada por Sebastiano Venier (c. 1496-1578) e a armada Pontifícia cujas embarcações estão sob o comando de Marcantonio Colonna (1535-1584).
Em 7
de Outubro de 1571, junto a Lepanto na Grécia, enfrentam a poderosa armada turca sob o comando
de Ali Pasha (Mehmet Ali
Paşa (?-1571) na batalha, que Corte Real descreve nos Cantos XIII e XIV da sua obra.
fig. 27
- Tomaso Porcacchi Castiglione (1530-1585) Descrizione del conflito navale
successo a Curzolari nel mare Ionio a VII d’Ottobre MDLXXI.in L’isole piú
famose del mondo descritte da Thomaso Porcacchi e intagliate da Girolamo Porr.
1576. (pág.87).
Repare-se na quantidade de galés, galeras ou
sétias, as embarcações mistas de velas e remos.
As batalhas navais travavam-se na época, entre
disparos de canhão e abalroamentos, abordagens, ferozes lutas corpo a corpo com
espadas, cimitarras, disparos de flechas, tiros de arcabuzes e
mosquetes, em verdadeiras batalhas campais que se desenrolavam nas
cobertas dos navios.
Luís Cabrera de Cordoba (1559-1623), autor
da Historia de Felipe Segundo, Rey de
España de
1619, descreve, com acerto, a violência sanguinária destas batalhas num
conhecido texto:
“Jamas se
vió batalla tan confusa trabadas las galeras, una por una, y dos y três com
otra, como les tocaba la suerte, aferradas por las proas, costados, popas, proa
com popa, governando el caso. El aspecto era terrible por los gritos de los turcos,
por los tiros, fuego, humo, por los lamentos de los que morian. El mar vuelto
en sangre, sepulcro de de muchísimos cuerpos que movian las ondas, alteradas y espumantes de
los encuentros de las galeras y horribles golpes de la artillería, de las
picas, armas enastadas, espadas, fuegos, espesa nube de saetas, como de
granizo, volviendo erizos y espines los árboles, entenas, pavesadas y vasos.
Espantosa era la confusión, el temor, la esperanza, el furor, la porfía, tesón,
coraje, rabia, furia; el lastimoso
morir de los amigos, animar, herir, matar, prender, quemar, echar al agua
cabezas, piernas, brazos, cuerpos, hombres miserables, parte sin ánima, parte que
exhalaban el espíritu, parte gravemente heridos, rematándolos con tiros los cristianos.
A otros que nadando se arrimaban á las galeras para salvar la vida á costa de
su libertad, y aferrando los remos, timones, cabos, con lastimosas voces pedian
misericordia, de la furia de la vitoria arrebatados les cortaban las manos sin
piedad, sino pocos en quien tuvo fuerza la codicia, que salvó algunos turcos.” [6]
Miguel de Cervantes na batalha de Lepanto
E o jovem Miguel de Cervantes (1547-1616), que
participou na batalha de Lepanto, num longo poema - durante muito tempo desaparecido - Epístola a Mateo Vazquez, escrito durante o seu cativeiro em Argel por volta de 1577, relata a caótica
violência da batalha, e refere como aí ficou com a mão esquerda inutilizada.
“(…)
El son confuso, el
espantable estruendo,
los gestos de los
tristes miserables
que entre el fuego y
el agua iban muriendo.
Los profundos suspiros
lamentables
que los heridos pechos
despedian,
maldiciendo sus hados
detestables.
Elóseles la sangre que
tenían,
quando, en el son de
la trompeta n.ra, [nuestra]
su daño y n.ra [nuestra] gloria conosçían.
Con alta voz, de
vencedora muestra,
rompiendo el ayre
claro, el son mostrava
ser vencedora la christiana diestra.
A esta dulce sazon yo
triste, estava
con la una mano de la espada assida,
y sangre de la otra derramava.
El pecho mío, de
profunda herida
sentía llagado, y la siniestra mano
estava por mil partes ya rompida. (…)” [7]
Uma pintura da Batalha de Lepanto
O pintor veneziano Andrea Michele (c. 1542-1617), dito
Andrea Vicentino, realiza uma grande pintura para o Palácio Ducal de Veneza, salientando
o papel da Sereníssima Republica na batalha de Lepanto.
Esta pintura substituiu uma outra de Tintoretto a qual tinha
sido destruída num incêndio.
Na pintura, realizada a partir do testemunho de muitos que
participaram na batalha de Lepanto, podemos ter uma ideia dos principais
protagonistas e desse tipo de confrontos.
fig. 28 - Andrea Michele detto Vicentino (c.1542-1617), Batalha de Lepanto 1603, óleo s/tela Palazzo Ducale, Venezia.
No
centro do quadro, o momento decisivo dos combates entre as principais
embarcações inimigas, e a caótica e sangrenta batalha entre cristãos e
muçulmanos.
fig. 29 – Pormenor central de Andrea Michele detto Vicentino (c.1542-1617), Batalha de Lepanto 1603. Óleo s/tela Palazzo Ducale, Venezia.
Assinala Alonso de
Ercilla y Zuñiga,
na já citada La Araucana, o momento em que se encontram as embarcações almirantes das
forças cristãs com a galera almirante dos turcos.
“No estavan las Reales aferradas,
Quando de gran tropel
sobrevinieron
Siete qaleras turcas
bien armadas
Que en la Christiana subito
envistieron.
Però no de menor
furia llevadas
Al soccorro sobre
ella succudieron,
De la derecha y de la
izquierda mano,
La general del Papa,
y Veneciano.
Do con secunda
autoridad venia
Por general del Summo
Quinto Pio
Marco Antonio CoIona;
a quien seguia
Una esquadra de mozos de gran brio.” [8]
fig. 30
- Andrea Michele detto Vicentino (c.1542-1617), Batalha de Lepanto 1603, óleo
s/tela Palazzo Ducale, Venezia.
Este momento da
batalha é representado na pintura com a formação da armada da Liga Santa tendo,
ao centro, a embarcação da armada espanhola comandada por Juan de Áustria (c).
À sua esquerda e em primeiro plano, a embarcação da armada
veneziana (a), comandada por Sebastiano Venier (c. 1496-1578).
À direita da galera almirante de Juan de Áustria a embarcação do Papado sob o comando de Marcantonio Colonna (1535-1584 (d).
Como assinala Corte
Real, a embarcação de Juan de Austria avança sobre os turcos rodeada:
“À mano diestra tiene la galera
Capitana del Papa, a la siniestra
Tiene la de venecia, entre unos
y otros
Se trava una durissima
batalla.” [9]
Os três navios de comando atacam e combatem a Sultana (b), a embarcação do comandante turco Ali Pasha (Mehmet Ali Paşa (?-1571).
O comando de Veneza
Na galera em primeiro plano, Sebastiano Venier, o comandante
das forças venezianas, está de pé, envergando uma armadura, junto do estandarte de damasco
vermelho com o Crucifixo entre os apóstolos Pedro e Paulo.
“Pues Sebastiano Veniero contrastando
La Turca fuerza y bárbara fiereza
Vengaba allí com ira y rabia justa
La injuria recibida en Famagusta*.” [10]
*Famagusta na ilha de Chipre estava,
desde 1489, sob o domínio de Veneza, mas caiu nas mãos dos turcos otomanos depois de um cerco de um ano, precisamente
em 1571.
fig. 31
– Pormenor de Andrea Michele detto Vicentino (c.1542-1617), Batalha de Lepanto
1603, óleo s/tela Palazzo Ducale, Venezia.
“Luego la capitana de Venecia
Con Sebastiano Veniero alla bogava,
Y luego aquel Baxel alto y famoso,
Illustrado del sol fulgente de Austria.” [11]
fig. 32 - Pormenor de Andrea Michele detto Vicentino (c.1542-1617), Batalha de Lepanto 1603. Óleo s/tela Palazzo Ducale, Venezia.
Tintoretto retrata Sebastiano Venier (c. 1496-1578), em pose de comando, tendo ao fundo a batalha de Lepanto. Vernier, apesar da idade, ainda será Dodge de Veneza.
fig. 33 - Jacopo Robusti (1518.1594) Tintoretto Sebastiano Venier 1571, óleo s/tela 104,5 x 83,5 cm. Museu de História da Arte em Viena.
O comando de Espanha e
da Armada
fig. 34 – Pormenor de Andrea Michele detto Vicentino (c.1542-1617), Batalha de Lepanto 1603, óleo s/tela Palazzo Ducale, Venezia.
Na
outra embarcação (c), ao centro, Juan de Áustria o comandante supremo da
Armada, de pé e envergando a armadura de combate, segura na mão esquerda o
bastão de comando e na direita a espada. Junto a ele o estandarte de seda onde
aos pés de Cristo cruxificado estão os três brasões das principais forças da
Liga Santa: o Papado, o Reino de Espanha e a República de Veneza.
fig. 35 - Pormenor de Andrea Michele detto Vicentino (c.1542-1617), Batalha de Lepanto 1603. Óleo s/tela Palazzo Ducale, Venezia.
fig. 36
– O Estandarte da Liga Santa.
Alonso de Ercilla y Zuñiga, no seu poema,
descreve assim Juan de Austria:
“Por nuestra armada al
uno y oto lado
una presta fragata discorria,
donde vénia un mancebo levantado
de
gallarda presencia y bizarria,
un
riquíssimo y fuerte peto armado
com tanta
autoridade, que parecia
en su
disposicion, figura y arte
hijo de
la fortuna y del Dios Marte.
Yo
codicioso de saber quien era
aficionado
al talle y apostura,
mirando
atentamente la manera,
el ayre,
el ademán, y la compostura;
en la
fuerte celada, en la testeira
vi
escrito en el relievo y grabadura
de letras
de oro el campo en sangre tinto:
Don Juan,
hijo del Cesar Carlos Quinto.” [12]
D. Juan de Áustria num
quadro atribuído a Juan Pantoja de la Cruz (1553-1608).
fig. 37 - (Atribuído a) Juan Pantoja de la Cruz (1553-1608), Don Juan de Austria 157?. Óleo s/ tela 223 x 118 cm. Museu do Prado (depositado no Escorial).
O comando da armada
pontifícia
fig. 38 – Pormenor de Andrea Michele detto Vicentino (c.1542-1617), Batalha de Lepanto 1603, óleo s/tela Palazzo Ducale, Venezia.
Na embarcação mais afastada, assegurando o flanco direito,
vê-se o almirante Marcantonio Colonna (1535-1584), capitão general
da Armada pontifícia (d).
A embarcação arvora o estandarte da Liga Santa e tem na popa as duas chaves cruzadas, o símbolo do Sumo Pontífice.
“Do com segunda autoridade vénia
por General del Sumo V. Pio
Marco Antonio Colona, a quien seguia
una esquadra de mozos de gran brio…” [13]
fig. 39 – Pormenor central de Andrea Michele detto Vicentino (c.1542-1617), Batalha de Lepanto 1603, óleo s/tela Palazzo Ducale, Venezia.
Marcantonio Colonna (1535-1584), foi retratado por Scipione Pulzone (1544-1598), numa pintura onde é mais evidente pela pose, a influência do retrato de Felipe II de Tiziano. (ver fig. 24).
fig. 40 - Scipione Pulzone (1544-1598), Marcantonio Colonna 1575/. Óleo s/tela 202 x 119 cm. Palazzo Colonna Roma.
O comando da Armada
turca
Finalmente
com a letra (b), o derrotado Ali Pasha, o comandante das forças otomanas, de pé
no convés da galera Sultana. Ali
Pasha irá morrer na batalha, e a sua cabeça mostrada aos desanimados turcos,
irá consolidar a vitória da Liga Santa.
fig. 41 – Pormenor de Andrea Michele detto Vicentino (c.1542-1617), Batalha de Lepanto 1603, óleo s/tela Palazzo Ducale, Venezia.
fig. 42 – Ali Paxá. Pormenor de Andrea Michele detto Vicentino (c.1542-1617), Batalha de Lepanto 1603. Óleo s/tela Palazzo Ducale, Venezia.
Corte Real descreve a
morte de Ali Paxá atravessado por um dardo lançado pelo deus Marte:
“Viendo el animo
fuerte de Christianos,
A su parte se inclina
y favorece
Aquel osado impetu
furioso:
Mostrando claramente
el vencimento.
Al Turco general un mortal dardo
Arroja com furor, viene el agudo
Hierro del fuerte braço sacudido,
Rasgando el ayre com sonoro estrundo.” [14]
E prossegue:
“La rica vestidura ornada de oro,
Y el azero templado en sangr baña:
Una escura tiniebla le arrebata
De los pjos la luz y claro dia.”
[15]
E Alonso de Ercilla y Zuñiga também narra a morte de Ali Pachá, e como as forças cristãs cantam vitória.
“En esto com gran impetu y ruido
por el valor de la christiana espada
el furor Mahomético oprimido,
y la Turca Real del todo entrada:
dó el estandarte bárbaro abatido
la Cruz del redentor fué enarbolada
com un triunfo solene y grande gloria,
cantando abiertamente la vitoria.” [16]
“Com tal vista los ânimos ferozes
De los valientes bárbaros desmayan,
Y todas las galeras mas vezinas
Perdido ya el vigor presto se entregan.” [17]
[nota - Todos os sublinhados em bold são da minha autoria]
[1] Alonso
de Ercilla y Zuñiga (1533-1594) La Araucana (1575/94) dirigida
al Rey Don Felipe Nuestro Señor su
autor Don Alonso de Ercilla y Zuñiga… Edição de
Antonio de Sancha. Madrid MDCCLXXVI. (Parte II, Canto XVIII, pág. 59).
[2]
Jerónimo Corte Real (c.1530-1588), Felicissima Victoria concedida del cielo al
señor don Iuan d’Austria, en el golfo de Lepanto de la poderosa armada
Othomana, en el año de nuestra salvacion de 1572. Compuesta por Hieronymo Corte
Real, Cavallero Portugues. Impressa con licencia y approbacion Lisboa 1578.
(Canto I, pág. 5).
[3]
Jerónimo Corte Real (c.1530-1588), Felicissima Victoria concedida del cielo al
señor don Iuan d’Austria, en el golfo de Lepanto de la poderosa armada
Othomana, en el año de nuestra salvacion de 1572. Compuesta por Hieronymo Corte Real, Cavallero Portugues. Impressa con
licencia y approbacion Lisboa 1578. (Canto I, pág. 1v).
[4]
Jerónimo Corte Real (c.1530-1588), Felicissima Victoria concedida del cielo al
señor don Iuan d’Austria, en el golfo de Lepanto de la poderosa armada
Othomana, en el año de nuestra salvacion de 1572. Lisboa1578. (Canto IV, pág. 50).
[5]
Fernando de Herrera (1534-1597), Elegia III de Algunas Obras de Fernando de
Herrera, En Sevilla en casa de Andrea Pescioni, Ano de M. D. LXXXII. In Fernando
de Herrera, Algunas Obras Edicion al Cuidado de Begona Lopez Bueno, Sevilla
1998. (pág. 230).
[6] Luís
Cabrera de Cordoba (1559-1623), Historia de Felipe Segundo, Rey de España
(1619). Tomo Segundo, Imprenta, Estereotipia y Galvanoplstia de Aribau y C.ª,
Impressores de Câmara de S. M. Madrid 1876. (Libro IX, Capítulo XXV, pág. 113).
[7] Miguel
de Cervantes Saavedra (1547-1616), Epístola a Mateo Vasquez, in Edición digital
a partir de Cervantes: Bulletin of the Cervantes Society of America.
Volume XXIII, Number 1 (Spring 2003), pp.215-222.
[8] Alonso
de Ercilla y Zuniga (1533-1594) La Araucana dirigida al Rey Don Felipe Nuestro
Señor su autor Don Alonso de Ercilla y Zuñiga… Por Antonio de Sancha Madrid
MDCCLXXVI. (parte II, canto 24, pag.164).
[9] Jerónimo
Corte Real (c.1530-1588), Felicissima Victoria concedida del cielo al señor don
Iuan d’Austria, en el golfo de Lepanto de la poderosa armada Othomana, en el
año de nuestra salvacion de 1572. Lisboa1578.
(Canto Decimotercio, pág. 175)
[10] Jerónimo
Corte Real (c.1530-1588), Felicissima Victoria concedida del cielo al señor don
Iuan d’Austria, en el golfo de Lepanto de la poderosa armada Othomana, en el
año de nuestra salvacion de 1572. Lisboa1578. (pág. 173).
[11] Jerónimo
Corte Real (c.1530-1588), Felicissima Victoria concedida del cielo al señor don
Iuan d’Austria, en el golfo de Lepanto de la poderosa armada Othomana, en el
año de nuestra salvacion de 1572. Lisboa1578
(Canto 12, pág. 165).
[12] Alonso de Ercilla y Zuñiga (1533-1594) La Araucana dirigida al Rey Don Felipe Nuestro Señor su autor Don Alonso de Ercilla y Zuñiga… Por Antonio de Sancha Madrid MDCCLXXVI. (Parte II, Canto XXIV, pág. 155).
[13] Alonso
de Ercilla y Zuñiga (1533-1594) La Araucana dirigida al Rey Don Felipe Nuestro
Señor su autor Don Alonso de Ercilla y Zuñiga… Por Antonio de Sancha Madrid
MDCCLXXVI. (Parte II, Canto XXIV, pág. 164).
[14]
Jerónimo Corte Real (c.1530-1588), Felicissima Victoria concedida del cielo al
señor don Iuan d’Austria, en el golfo de Lepanto de la poderosa armada
Othomana, en el año de nuestra salvacion de 1572. Lisboa1578. (Canto Decimoquarto, pág.193v).
[15]
Jerónimo Corte Real (c.1530-1588), Felicissima Victoria concedida del cielo al
señor don Iuan d’Austria, en el golfo de Lepanto de la poderosa armada
Othomana, en el año de nuestra salvacion de 1572. Lisboa1578. (Canto Decimoquarto, pág.194).
[16] Alonso de Ercilla y Zuñiga (1533-1594) La
Araucana dirigida al Rey Don Felipe Nuestro Señor su autor Don Alonso de
Ercilla y Zuñiga… Por Antonio de Sancha Madrid MDCCLXXVI. (Parte II, Canto XXIV,
pág.175)
[17]
Jerónimo Corte Real (c.1530-1588), Felicissima Victoria concedida del cielo al
señor don Iuan d’Austria, en el golfo de Lepanto de la poderosa armada
Othomana, en el año de nuestra salvacion de 1572. Lisboa1578. (Canto Decimoquarto, pág.195).
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