A participação da URSS (continuação)
A Esplanada dos Inválidos
fig. 18 - Anexes de l’exposition
soviétique édifiée sur l’esplanade des Invalides a l’exposition des Arts
Décoratifs de Paris. Architecte : K. Melnikov. 1925. Foto C.C. in Anatole
Kopp, Architecture et Urbanisme Sovietiques des Année Vingt. Ville et
Révolution.10.me édition Éditions Anthropos Paris 1967. (pág. 69).
Gaston Varenne descreve estes quiosques.
“... série de lojas pintadas em tons brilhantes que Konstantin Melnikov, o arquitecto do pavilhão oficial, construiu não muito longe destes dois clubes, na Esplanade des Invalides.
A secção de ensino, que se limita
a apresentar-nos algumas obras do Instituto de Artes Decorativas de Leninegrado
e da Escola Superior de Arte e Indústria de Moscovo (Wkhutemass), merece a
nossa atenção. Aqui o cubismo reina como mestre.
Mas o que deve ser elogiado é a
predominância dada à preocupação com a forma, à "disciplina do
espaço", a esta preocupação com o dinamismo da arte mais do que com a
estática, é o abandono total de métodos que, nos países de antiga civilização ou
de antiga tradição, partem da concepção de que a arte é entretenimento sem
outro objectivo senão embelezar a nossa vida, enquanto aqui a arte é
considerada uma força social. Não tende a adormecer os poderes activos da
consciência dentro de nós, mas procura estimula-los e, se necessário,
regenerá-los.” [1]
O Club Operário de A. Rodtchenko
fig. 19 - Rodchenko Clube dos Trabalhadores. Galeria da
Explanada dos Inválidos. Fotografia da empresa francesa G. Leyckam. Col. P.M. Dulsky. Museu Nacional da República do
Tartaristão.
Jakov Aleksandrovic Tugenhold (1882-1928) historiador e crítico de Arte, membro do Comité organizador da participação soviética escreve na apresentação do Club Operário:
Ao fundo o "canto de Lenine" falecido no ano anterior, com a sua fotografia
fig. 20 - Alexander Rodchenko’ Worker’s Club Instalation at the 1925 Decorative Arts Exigition in Paris. Photo Henri Manuel (1874-1947) gelatin silver print 29,5 x 21, 91 cm. Virginia Museum of Fine Arts.
fig. 21 - Design for the Lenin Corner in the USSR Workers' Club (Rabochii klub
SSSR) at the Exposition Internationale des Arts Decoratifs et Industriels
Modernes, Paris, 1925. Black and red india ink and pasted gelatin-silver
photograph on paper. 36.3x 25.5 cm. MOMA.
A mesa e cadeiras do xadrez. A utilização do vermelho e do negro (ou branco) parece ser uma referência aos exércitos “vermelho” e “branco” em confronto entre 1917 e 1924, após a Revolução de Outubro.
fig. 22 - Chess table. Black and red india ink and gouache on paper. 36.5 x 25.5 cm. MOMA Alexander Rodchenko. Club Operário Exposição das Artes Decorativas e Industriais. 1925. MOMA
fig. 22 - Alexander Rodchenko. Club
Operário Exposição das Artes Decorativas e Industriais. 1925. MOMA
[1] ...série des boutiques peintes en tons vifs que Constantin Melnikov, l'architecte
du pavillon officiel, a édifiées non loin de ces deux
clubs, sur l'Esplanade des Invalides.
La
section de l'enseignement, qui se borne à nous soumettre quelques travaux de
l'institut décoratif de Leningrad ainsi que de l'école supérieure d'art et
d'industrie de Moscou (Wkhoutemass), mérite notre attention. Le cubisme règne
ici en maître.
Mais ce qu'il convient de louer, c'est la prédominance donnée au souci de la forme, à la « discipline d'espace», c'est la préoccupation du dynamisme de l'art plus que de la statique, c'est l'abandon total des méthodes qui, dans les pays de vieille civilisation ou de vieille tradition, découlent de cette conception que l'art est un divertissement sans autre but que d'embellir notre vie, alors qu'ici l'art est considéré comme une force sociale. Il ne tend pas a endormir en nous les puissances actives de la conscience, mais à les stimuler et, au besoin, à les régénérer. Gaston Varenne La Section des Républiques Sovietistes in Arte et Décoration vol. XL VIII septembre 1925 (pág.1)
[2] Club Ouvrier. Exécuté d’après le plan et sous la direction de l’artiste A.-M. Rodtchenko « Le Club Ouvrier restera l’œuvre mémorable du mouvement syndical de Russie qui était étouffé sous l’ancien régime et qui c’est épanoui dans l’État Soviétiste. In Catalogue des oeuvres d’art décoratif et d’industrie artistique exposées dans le pavillon de l’URSS au Grand Palais et dans les Galeries de l’Esplanade des Invalides, Paris 1925. (pág.121).
[3] L’intérieur de Club réalisé
par l’artiste Rodtchenko pour l’Exposition de Paris est une des tentatives qui
ont été faites pour résoudre « le problème du Club Ouvrier » non
point par une inutile ornamentation, mais par des procédés utilitaires, selon
des principes d’austérité et d’économie. J. T. In Catalogue des oeuvres d’art décoratif et
d’industrie artistique exposées dans le pavillon de l’URSS au Grand Palais et
dans les Galeries de l’Esplanade des Invalides, Paris 1925. (pág.122).
A representação da URSS no Grand Palais
A instalação da representação soviética foi dirigida pelo arquitecto A.-L. Poliakov, professor da Escola Superior de Arte e Indústria de Moscovo.
fig. 25 - View of the Entrance to the Soviet Sections in the Grand Palais
of the Exposition internationale des arts décoratifs et industriels modernes, Paris
(1925). Photo Henri Manuel
(1874-1947).
Ainda antes da sua inauguração, Irene Vasconcelos no Diário de Lisboa mostrava o que se pensava da participação soviética, num misto de curiosidade e de receio.:
“A Russia (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), além do seu
pavilhão dispõe de grande número de salas no Grand Palais favor que muitos
outros países conseguiram obter. Os mostruários ainda não estão colocados nos
seus lugares, mas dizem-nos que, de todos os países, a Rússia é o que ocupa
maior espaço. De facto, os caixotes com a inscrição URSS, não tem conta e
dificultam a passagem nos corredores.
- Serão bombas? – perguntava amedrontado um visitante.
Os “soviets” querem provar que o seu país continua trabalhando e que a
revolução não impediu o desenvolvimento das artes decorativas. Conseguirão
prova-lo?” [1]
À entrada no topo da
escadaria, um busto Lenine em mármore por Viktor
Vilgelmovich Ellonen (1891–1980), sobre
um pedestal construtivista, centrado em frente a uma construção de madeira semelhante
a um batente de porta e coroado por cima por um cartaz de grande formato com os
dizeres “URSS”.
A secção Arquitectura
O arquitecto Alexandre
Poliakov, responsável pela secção "Arquitectura" na Exposição refere-se ao stand
do Grand Palais onde estão expostas maquetes e fotografias de obras de arquitectura.
“A Revolução surgiu numa altura em que a arquitectura russa procurava aquele novo classicismo que, praticamente, parecia ter de responder às exigências da vida moderna. O trabalho iniciado continuou no mesmo sentido após os acontecimentos de 1918, mas o espírito da Revolução, que exigiu em todas as áreas da arte criativa uma transmutação dos valores ideais, uma nova concepção das coisas, exerceu também a sua influência na arquitectura e comprometeu-a na direção geral: longe de devaneios e ocas reminiscências, na direção da lógica construtiva. No lugar de pretender uma reconstituição mais ou menos feliz das formas do passado, vamos estudar a estrutura orgânica, submete-la à análise, procuramos trazer à luz aquilo que é a própria essência da arquitectura e, ao mesmo tempo, declaramos uma guerra sem tréguas a tudo na construção contemporânea que não seja justificado pelo significado orgânico da forma monumental construída com tais e tais materiais. Daí a aplicada luta contra a ingénua “decoração”.” [2]
E
acrescenta
“A luta contra a "decoração" ingênua,
contra aqueles embelezamentos e “bonitos” aos quais se limitavam os arquitectos
que se divertiam decorando fachadas, enquanto engenheiros e técnicos construíam
a própria massa do edifício.” [3]
“Fábricas, oficinas, elevadores, palácios de
trabalho, estações de eletricidade, tais são as razões de uma nova arte
monumental. Para ccoroar de beleza o génio do século, é necessário aceitar sem
reservas a nova imagem de civilização que nos oferece e advinhar as conquistas
que ele anuncia.” [4]
São apresentados 13
painéis com trabalhos da Vuhtémas (Faculdade
de Arquitectura dos Ateliers de Ensino superior de Artes aplicadas de Moscovo)
e projectos de Arquitectura e de planeamento urbano de Melnikov, de Tatlin, dos
irmãos Vesnine, de Golossov e de Ginsbourg, para além dos menos conhecidos
Fomine, Iline, Aoussene e Trotsky. (Estes e outros projectos pelo impacto que
tiveram serão publicados na revista Architecture
Vivante do ano seguinte).
O
Catálogo destaca com fotografias:
Gaston Varenne descreve, criticando a concepção dos 2 projectos:
“A secção de
arquitetura, pouco fornecida, exibe alguns projetos arrojados que refletem bem
o novo espírito. Trata-se do monumento do Sr. Tatlin em homenagem à III Internacional,
uma construção em ferro que suporta, num cruzamento de estruturas, uma espécie
de rampa helicoidal que sobe em direção às nuvens. Isto é um símbolo?
O monumento aos 26
comissários de Baku, desenhado pelo pintor Jakouloff, não é menos bizarro: uma escadaria
sobe obliquamente muito alto, tão alto que pode subir, e não leva a lado
nenhum... [5]
fig. 26
O projecto de Iakoulov em colaboração com o arquitecto Vladimir Alexeïevitch Chtchouko (1878-1939) para o Monumento aos comissários de Bakou.
fig. 27 - G. Iakoulov – Monument aux vingt-six commissaires massacrés à Bakou.
(Modèle de V. Chechouko).
Catálogo da participação da URSS na Exposição das Artes Decorativas e
Industriais em 1925. Catálogo da participação da URSS na Exposição das Artes
Decorativas e Industriais em 1925. Source gallica.bnf.fr / Bibliothèque
nationale de France. (pág. 172)
(Alexandre Alexandrovitch Vesnine (1883-1959), Leonide Alexandrovitch Vesnine (1880-1933) e Victor Alexandrovitch Vesnine (1882-1950).)
fig. 28 - A.L. et L. V. Vesnine – Projet du “Palais du Travail” à Moscou. Catálogo da participação da URSS na Exposição das Artes
Decorativas e Industriais em 1925. Source gallica.bnf.fr / Bibliothèque
nationale de France (pág. 170)
E ainda os trabalhos dos alunos da Escola de Arte e Indústria de Moscovo
fig. 29 – École Supérieure d’Art et d’Industrie de Moscou (Vkhoutemas). Maquette d’une construction. Catálogo da participação da
URSS na Exposição das Artes Decorativas e Industriais em 1925. Source
gallica.bnf.fr / Bibliothèque nationale de France (pág. 180).
[1] Irene de Vasconcelos, A Exposição Internacional de Artes
Decorativas e Industriais. Diário de Lisboa
11 de Maio de 1925. (pág. 7).
[2] Alexandre L. Poliakov, “La Revolution
survint au moment où l’architecture russe était à la recherche de ce nouveau
classicisme qui, pratiquement, semblait devoir répondre aux exigences de la vie
moderne. Le travail commencé se poursuivit dans la même direction après les
évènements de 1918, mais l’esprit de la Révolution, qui exigeait dans tous les
domaines de l’art créateur une transmutation des valeurs idéales, une nouvelle
conception des choses, exerça également son action sur l’architecture et
l’engagea dans la direction générale : loin des rêveries et de creuses
réminiscences, vers la logique constructive. Au lieu de prétendre à une
reconstituition plus ou moins heureuse des formes du passé, on va étudier la
structure organique, on la soumet à l’analyse, on cherche à dégager ce qui est
l’essence même de l’architecture, et en même temps, on déclare une guerre sans
pitié à tout ce qui, dans la construction contemporaine, ne se justifie point
par le sens organique de la forme monumentale édifiée avec tels ou tels
matériaux. De là la lutte engagé contre la naïve “décoration”. Alexandre Poliakov, Catalogue des œuvres d’art décoratif et d’industrie
artistique exposées dans le pavillon de l’URSS au Grand Palais et dans les
Galeries de l’Esplanade des Invalides, Paris 1925. (pág. 63)
[3] La lutte engagée
contre Ia naïve "décoration", contre ces embellissements et
enjolivements auxquels se bornaient les architectes qui s'amusaient à ornementer
des façades, tandis que des ingénieurs et des techniciens construisaient Ia
masse même de I' édifice. Alexandre Poliakov, Catalogue des oeuvres d’art décoratif et d’industrie
artistique exposées dans le pavillon de l’URSS au Grand Palais et dans les
Galeries de l’Esplanade des Invalides, Paris 1925. (pág. 64).
[4] “Fabriques, usines, élevateurs, palais du travail, stations
d’electricité, tels sont les motifs d’un nouvel art monumental. Pour coronner
de beauté le génie du siècle, il faut accepter sans reserves la nouvelle image
de civilisation qu’il nous offre et savoir deviner les conquêtes qu’il
annonce.” Alexandre Poliakov in Catalogue
des oeuvres d’art décoratif et d’industrie artistique exposées dans le pavillon
de l’URSS au Grand Palais et dans les Galeries de l’Esplanade des Invalides,
Paris 1925 (pág. 66).
[5] La section d'architecture, peu fournie, expose quelques projets audacieux qui reflètent bien l'esprit nouveau. C'est le monument de M. Tatlin en l'honneur de la IIIe Internationale, construction en fer soutenant dans un entrecroisement de charpentes une sorte de rampe hélicoïdale qui monte vers les nuées. Est-ce un symbole ? Le monument aux 26 commissaires de Bakou, conçu par le peintre Jakouloff, n'est pas moins bizarre : un escalier monte obliquement très haut, si haut qu'il peut monter, et n'aboutit à rien... Gaston Varenne. La Section des Républiques Sovietistes [sic] Socialistes Art et Décoration Tome XLVIII n. º 285 Septembre 1925 (pág. 117)
A Secção do Cinema
A Secção de Cinema desempenhou um papel importante no
conhecimento da cinematografia soviética já que com a URSS apenas a França
apresentou filmes na Exposição.
fig. 30 – Cartaz
de Kino-Glaz de Dziga Vertov
fig. 31 – Cartaz
de Stachka (Greve) filme de Eisenstein
E foram ainda apresentados os filmes “Palais & Citadelle” e “D'une Étincelle naît
la Flamme”, dirigidos por Bassalygo, “Aelita” de Protazanov e “La Cigarettière de Mouscou” de
Jelboujsky.
A Sala octogonal
fig. 32 – A exposição
soviética na Sala octogonal no Grand Palais.
Em primeiro plano vêem-se maquettes
entre as quais “uma aldeia moderna com as suas recentes instalações elétricas
(Bogorodskoye, governo de Moscovo). trabalho coletivo dos instrutores da escola
especial e do koustari da aldeia de Bogorodskoye.
Nesta sala são apresentadas:
1 -
A maquette do monumento de Tatlin (fig. 22)
2 -
A maquette do monumento dos 26 comissários e Baku (fig.23)
3 -
Maquettes dos quiosques do Sector Comercial. (fig, 16)
4 - Trabalhos
do lnstituto Decorativo de Leningrad.
5 - Esculturas
de raízes de madeira Michael Vasilyevich
Matyushin (1861-1934)
fig. 33 - Mikhail Matyushin, Movimento Livre, c.1920 madeira
31,5 x 42, 5 x 20, 5 cm. Vyatka art Museum Kirov.
6. Esculturas em madeira de Vasily Alekseyevich Vatagin (1883-1969), conhecido pelas suas esculturas de animais em madeira.
fig. 34 - Vatagin, Urso dos Himalaias 1925 madeira. Soviet Art
URSS Culture
E
ainda Xailes e cachemiras, de fabricação pelo Kamvo/ny Trust d'Etat"
(Moscovo).
Tecidos
de algodão da Primeira Fábrica Indiana em Moscovo. (Trust de l’lndustrie du Coton de Moscou).
Tecidos
de linho da Manufactura " Trekhgomafa"
em Moscovo (Trust du Coton de Presnia).
E amostras de tecidos de pinturas aerográficas.
Aspectos da Arte Popular (tradicional ou reinventada)
A Secção dos “Koustari” (artesãos) e do “Mundo da Criança”
Entre os artigos de moda destaca-se Nadejda Lamanova (1861-1941), cuja coleção, inspirada nos trajes tradicionais russos, ganhou o grande prémio na Éxposition des Arts Décoratifs de Paris 1925.
fig. 35 – Modèles nouveaux pour robes de femme de l’atelier Lamanoff. Catalogue de l'Exposition de 1925. Section URSS. L’Art Décoratif et Industriel de l’URSS. Source gallica.bnf.fr / Bibliothèque nationale de France.(pág. 43)
fig. 36 - Nadejda Lamanova (1861-1941) e Vera Mukhina (1889-1953) [1] in álbum "Arte na Vida Cotidiana" de 1925.
E também se destacou Natalia Davydova (1875-1933).
fig. 37 – Modèles nouveaux pour robes de femme par Davidova. Catalogue Exposition de 1925. Section URSS. L’Art Décoratif et
Industriel de l’URSS. (pág. 40)
fig. 38 - Jeu d’échecs les Rouges et les Blancs – sculpture sur bois, trav. Des « coustars » de Viatka. Exposition de 1925. Section URSS. L’Art Décoratif et Industriel de l’URSS. Source gallica.bnf.fr / Bibliothèque nationale de France. (pág. 34)
Mundo da Criança
Para as crianças eram exibidos diversos brinquedos de madeira, de papel maché e de tecido.
O
artista e artesão Alexander Dournovo ou (Dounovo) (1873-?) apresenta uma Barcaça
com brinquedos
fig. 39 - A. Dournovo. - Barge avec jouets en bois (sculptés et coloriés}. Section
des "Koustari”. Exposition
de 1925. Section URSS. L’Art Décoratif et Industriel de l’URSS. Source gallica.bnf.fr / Bibliothèque nationale de France. (pág. 181)
E ainda uma vitrine
com diversos brinquedos em papel-maché.
fig. 40 - Jouets en
papier-maché peints par A. Dounovo. Exposition de 1925. Section URSS. L’Art Décoratif et
Industriel de l’URSS. Source
gallica.bnf.fr / Bibliothèque nationale de France. (pág. 16/17)
São exibidas bonecas como “Crianças da Nova Rússia”, obras do artista Tsvetaeva Marina (1892-1941) e as bonecas "Tea Cosy", obras do artista Dotsenko.
fig. 41 – Poupées représentants les nations de l’URSS. Exposition de 1925. Section URSS. L’Art Décoratif et Industriel
de l’URSS. Source gallica.bnf.fr /
Bibliothèque nationale de France. (pág.38).
Um
conjunto de obras de Alexander Dounovo (1873), como Balalaikas,
decoradas, miniaturas em
papel-maché, e diversas pinturas.
fig. 42 - “Laboureur”miniature sur papier maché - œuvre du « coustar » Goulikoff (Ivan Koulikov) Catalogue de l'Exposition de 1925. Section URSS. L’Art Décoratif et Industriel de l’URSS. Source gallica.bnf.fr / Bibliothèque nationale de France. (pág.7/9).
fig. 43
[1]
Vera Ignatievna Mukhina, escultora irá ficar
conhecida pela escultura Operário e Camponesa (mulher Kolkosiana) para a
Exposição Universal de Paris de 1937.
A Sala da Porcelana
fig. 44 – A Sala da Porcelana no Grand Palais. Na parede
um cartaz de Leninegrado. Arte et Décoration (pág. 116).
“Na procura de uma nova arte,
desenvolveu-se um processo particularmente interessante nas obras da Manufatura
Estatal de Leninegrado, sob a direcção do eminente artista Tschekonin [1]. É a adaptação de processos puramente gráficos à
cerâmica. São silhuetas negras executadas com a maior delicadeza, são vinhetas
negras que parecem ter saído das páginas de um livro de arte para se colocarem
num prato de porcelana, etc. Sendo a época moderna particularmente inclinada
para a arte gráfica, a adaptação deste princípio deu origem a produtos muito
característicos.” [2]
fig. 45
fig. 46 - Manufacture de Porcelaine de l'Etat, à Leningrad. - Cafetière et plat. Catalogue
Union des Republiques Sovietistes Socialistes Paris 1925. (pág. 184)
fig. 47 – Vladimir Golistsyn. “Soldado do
Exército Vermelho”. 1924 madeira pintada. Exposition Internationale d’Art
Décoratif et Industriel Paris, 1925. Colecção
VMDPNI the Collection VMDPNI Museu de Artes decorativas de Moscovo.
[1]
Sergueï Vassilievitch Tchekhonine (1878-1936),
pintor, artista gráfico e cenógrafo.
[2] Dans Ia recherche d'un art nouveau un procède particulièrement intéressant a été cultivé dans les travaux de Ia Manufacture Nationale de Leningrad sous Ia direction de l'éminent artiste Tschekonine. C'est l'adaptation a Ia céramique des procedés purement graphiques. Ce sont des silhouettes noires exécutées avec Ia plus grande finesse, ce sont des vignettes en noir qui semblent avoir quitté les pages d'un livre d'art pour se placer sur une assiette de porcelaine, etc. L'époque moderne étant tout particulièrement portée vers l'art graphique, l'adaptation de ce principe a donné des produits très caractéristiques. Dmitry Iosifovich Ivanov (1880-1938), La nouvelle porcelaine russe. In Catalogue Exposition de 1925. Section URSS. L’Art Décoratif et Industriel de l’URSS. (pág. 50).
Secção do Teatro
Abram
Markovich Efross (1888-1954), crítico de arte, escreve para o Catálogo “Exposition de 1925. Section URSS” um
longo texto intitulado “Le Theatre et le
Peintre pendant la Revolution” onde traça e analisa, a história e a
evolução do teatro na Rússia entre 1914 e 1924, desde os Bailados de Sergei Diaguilev
(1872-1829) até ao teatro da Revolução de Outubro.
Depois
de comparar o teatro na Rússia com o Teatro em França escreve Abram Efross:
“O teatro personificou a Revolução, a Revolução elevou o teatro. O teatro ofereceu à Revolução os seus encenadores, os seus artistas, a sua arte - a primeira na Europa - e a Revolução deu-lhe um novo espectador, um sopro patético e essencialmente novo, e um novo significado social.” [1]
E termina o seu longo e pertinente texto com
“Queremos acreditar que a Europa Ocidental nos fará justiça e, quando a
agitação dos nossos jovens espectáculos vier substituir as velhas
"temporadas russas" nos palcos de Paris, a amada cidade
apresentar-nos-á mais uma vez as chaves das suas portas.” [2]
E o crítico Boris Ternovets escreve:
“O artista dá o seu aspecto plástico ao espaço onde os actores vão evoluir: impõe, sobre os paineis, a sensação de três dimensões e a realidade transforma-se em ilusão pitoresca; o espaço restrito do palco é utilizado nas combinações mais inesperadas; daí advém a riqueza de situações, a abundância de motivos. O espírito do construtivismo e de intensa energia afastam, varrem todos os elementos insignificantes, todas as ninharias, tudo o que há nas contingências da vida quotidiana, e criam as formas que melhor se adaptam a esta era de grande história, a este período de construção audaciosa e austera.” [3]
fig. 48 - Secção do Teatro Soviético no Grand Palais. Exposição
de Artes Decorativas. Foto G. Leyckam. Arquivo de P.M. Dulsky. Museu Nacional
da República do Tartaristão.
Destacavam-se os cenários para a peça Lysidtrata de Aristófanes, na fig. 48 em primeiro plano.
fig. 49 – Isaac Rabinovitch
(1894-1961). – Maquette pour Lysidtrata, d’Aristophane. Théatre des Arts de
Mouscou. (pág. 188). [Mise en scène de V. I. Némirovitch-Dantchenko. 1923.] Catálogo da
participação da URSS na Exposição das Artes Decorativas e Industriais em 1925. (pág.
188).
A representação de Lysidtrata.
fig. 50 – Isaac
Rabinowitch. Décor pour Lysidtrata (Section Théatrale de l’U.R.S.S.) in L’Amour de l’Art n.º 10 Oct.1925.(pág.
328).
E o cenário da peça “Pincesa Turandot” representada no Teatro de
Arte de moscovo com cenários de Ignatiy Nivinskiy
(1880-1933).
fig. 51 - Scène de .Prlncesse
Turandot" (3·e Studio du Théatre d'Art de Moscou), mise en scne de Nivinsky
. Catálogo
(pág. 17)
Nestes
anos a importância do teatro conduz a que nele participem artistas de diversas
artes como o arquitecto A. Vesnine na criação de figurinos.
fig. 52 - A. Vesnine. – Dessins pour costumes de Théatre Catálogo da participação da URSS na Exposição das Artes Decorativas e Industriais em 1925. (pág. 192). Source gallica.bnf.fr / Bibliothèque nationale de France
[1] Le theatre a incarne Ia Revolution, Ia Revolution a eleve le theatre. Le théâtre a offert a Ia Révolution ses regisseurs, ses artistes, son art, - le premier de !'Europe, ct Ia Revolution lui a donne un nouveau speclateur, un souffle palhetique et essentiellement nouveau, un nouveau sens social. Abram Markovich Efross (1888-1954), “Le Theatre et le Peintre pendant la Revolution” in Catalogue Exposition de 1925. Section URSS. L’Art Décoratif et Industriel de l’URSS. (pág. 71).
[2] Nous voulons croire que !'Europe Occidentale va nous rendre justice, et quant le riot de nos jeunes spectacles viendra remplacer les anciennes « saisons russes », sur les scenes de Paris, Ia ville bien aimee no us presentera encore une fois les clefs de ses portes. Abram Markovich Efross (1888-1954), “Le Theatre et le Peintre pendant la Revolution” in Catalogue Exposition de 1925. Section URSS. L’Art Décoratif et Industriel de l’URSS. (pág. 79).
[3] L'artiste donne son aspect plastique à l'espace ou évolueront les acteurs : il impose, sur les planches, Ia sensation des trois dimensions et Ia realité prend Ia place de l'illusion pittoresque ; l'espace restreint de Ia scène est utilisé dans les combinaisons les plus imprévues ; de Ià, Ià richesse des situations, l'abondance des motifs. L'esprit de constructivisme et d'intense énergie repousse, balaye tous les élements négligeables, toutes les bagatelles, tout ce qu'il y a de contingences dans Ia vie quotidienne, et crée les formes qui conviennent le mieux à cette époque de grande histoire, a cette période de construction audacieuse et austere B. T. "En guise d’introduction” assinado B.T., iniciais de Boris Ternovets, crítico de arte e membro do comité organizador, in Catálogo da participação da URSS na Exposição das Artes Decorativas e Industriais em 1925. (pág. 19 e 20).
Muito interessante! Obrigada!
ResponderEliminar