Um percurso por outros
pavilhões
fig. 1 – Exposition des Arts Décoratifs Souvenir de Paris. Postal com algund dos pavilhões nacionais. 1925. Art Déco Society UK.
Vinte e um países, na sua maioria europeus, participam neste grande encontro: Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, Grã-Bretanha, Grécia, Países Baixos, Itália, Lituânia, Luxemburgo, Mónaco, Polónia, Suécia, Suíça, Checoslováquia, URSS, Jugoslávia. Nem todos edificaram pavilhões próprios.
Apenas a Alemanha está
ausente por razões económicas e políticas.
A Ásia é representada
pela China, Japão e Turquia; a África através das colónias francesas e dos
países sob mandato francês.
E se os pavilhões de Mallet-Stevens, de Melnikov e de Le Corbusier, (e mesmo de Auguste Perret e Tony Garnier), trouxeram algo de novo para a Arquitectura Moderna, já o mesmo não se pode afirmar quanto à maior parte dos outros pavilhões.
De facto, tratando-se de uma exposição de Artes Decorativas e Industriais, toda a atenção foi dada sobretudo aos produtos expostos no interior dos pavilhões.
Para além do pavilhão italiano, e do pavilhão da URSS, já aqui analisados, muitos
outros países apresentaram pavilhões nacionais.
Mallet-Stevens, sobre a arquitectura destes diversos pavilhões, pronunciou-se: “O pavilhão dinamarquês é moderno. As nações convidadas a expor em
Paris infelizmente não compreenderam totalmente o programa que lhes foi
proposto. A Checoslováquia construiu um pavilhão interessante, a Holanda podia
ter feito muito melhor, a Áustria também está abaixo do que poderíamos esperar.
Os pavilhões da Bélgica, do Japão, da Inglaterra, da Espanha, não são
modernos.
E, contudo, a Bélgica e a Itália têm nos seus países homens muito qualificados para representar a arquitetura do amanhã; A França teve medo e a maioria dos seus pavilhões não são construtivos, mas apenas decorativos e isso é uma pena.” [1]
E no mesmo sentido
se escreveu o crítico Waldemar George:
"A URSS, a
Dinamarca, a Polónia, a Suécia e a Checoslováquia têm os melhores pavilhões. A
Grã-Bretanha adapta mobiliário "Estilo Adam" ao estilo
"Exposição de Artes Decorativas Modernas".
A Itália imita os
palácios renascentistas. Se um expositor francês tivesse ousado submeter ao
júri a maqueta de um edifício concebido como o pavilhão italiano, o seu projeto
teria sido rejeitado.
O Sr. Horta
desiludiu as nossas esperanças.
Durante muitos
meses acompanhámos o andamento do seu edifício, que parecia sóbrio e imponente.
Mas em vez de enfatizar o seu carácter construtivo, o arquitecto belga
estragou-o ao carregar a fachada, as cornijas e o telhado com esculturas. No
estado actual da arquitectura há tantos problemas práticos a resolver que é no
mínimo prematuro abordar o da escultura arquitectónica” [2].
Apenas faremos breves referência ao que a crítica, na época, escrevia
sobre a arquitectura dos pavilhões, deixando de lado o seu conteúdo interior,
ou seja, os objectos decorativos.
O crítico Vanderpyl [3] em Le Mercure de France, com alguma ironia, critica os pavilhões da Grã-Bretanha, da Itália, da Bélgica, da Espanha e do Japão.
“Mas os Ocidentais levaram o nosso convite a sério de uma forma ou de outra. A Grã-Bretanha oferece uma amostra do neo-inglês de que apenas o encantador veleiro, no topo, vale a pena recordar; os italianos de romântico neo-tatin, os belgas de neo-bruxelense, os espanhóis do austero e caloroso neo-ibérico, os japoneses, estilo japonês, neo talvez, mas em todo o caso bastante bonito, leve, agradável e convencional para esta moradia pudesse ter surgido, sem surpreender mais do que hoje, numa Rue des Nations há meio século.” [4]
E no entanto, ressalva os pavilhões da
Checoslováquia, dos Países Baixos, da Dinamarca e da Áustria.
"A par destes esforços de renovação dentro da
tradição, há sínteses, como o pavilhão da República Checoslovaca, que transpira
juventude, força e indústria, ao mesmo tempo floresta e o campo, como o
pavilhão dos Países Baixos, um sólido protector contra a chuva e o frio, com os
seus canais e prados em miniatura, como o pavilhão da Dinamarca, em tijolo
vermelho, elementar, rústico e atarracado, como enfim a secção vienense, toda
fantasia e frivolidade nas suas linhas discretas e antiquadas de um rococó bem
comportado.” [5]
[1] Lettre
de R. Mallet Stevens in Bulletin de la Vie Artistique, 6º Année, n. º 13, 1
Julliet 1925 (pág. 285)
“Le pavillon danois est moderne. Les nations
invitées à exposer à Paris n'ont malheureusement pas toutes bien compris le
programme qui leur était proposé. La Tchécoslovaquie a édifié un pavillon
intéressant, la Hollande aurait pu faire beaucoup mieux, l'Autriche est
également au-dessous de ce que nous pouvions attendre. La Belgique, le Japon,
l'Angleterre, l'Italie, l'Espagne ne sont pas modernes. Et cependant la
Belgique et l'Italie ont chez elles les hommes les plus qualifiés pour
représenter l'architecture de demain ; la France a eu peur également et la
majorité de ses pavillons n'est pas constructive, mais seulement décorative et
c'est grand dommage.”
[2] « L'U. R. S. S.,
le Danemark, la Pologne, la Suede, la Tchecoslovaquie presentent les meilleurs
pavilions. La Grande Bretagne adapte "l’Adam Style" mobilier au style
" Exposition des Arts decoratifs modernes.
L'ltalie
contrefait les palais Renaissance. Si un exposant français s'était avise de
soumettre au jury la maquette d'un édifice conçu comme le pavillon italien, son
projet eut été refusé. M. Horta a deçu nos espoirs.
Pendant
de longs mois nous suivions les progres de son edifice qui s'annonc;ait sobre
et imposant. Mais au lieu d'en accuser le caractere constructif, l'architecte
beige l’a depare en chargeant la façade, les corniches, le toit de sculptures.
Dans l'etat actuel de l' architecture tant de problemes pratiques restent a
resoudre qu'il est pour le moins premature d’aborder celui de la sculpture
architecturale. » Waldemar George Les Tendances Génerales in L’Amour
des Arts décoratifs, n.º 8 Aout
1925 (pág.290).
Source Gallica BnF.
[3] Fritz Remy Reinier van der Pijl (1876-1965).
[4] Mais les Occidentaux ont pris
notre invitation au sérieux d'une façon ou de l'autre la Grande-Bretagne offre
un échantillon de néo-anglais dont seul le ravissant bateau à voiles, au
sommet, est à retenir ; les Italiens du romantique néo-tatin, les Belges
du néo-bruxellois, les Espagnols de l'austère et chaud néo-ibérique, les
Japonais du japonais, néo peut-être, mais en tout cas assez joli, léger,
aimable et conventionnel pour que cette habitation eût pu figurer, sans étonner
plus qu'aujourd'hui, dans une Rue des Nations il y a un demi-siècle. Vanderpyl
Le Mercure de France : série moderne / directeur Alfred Vallette. 1º Julliet
1925. (pág. 235)
[5] A côté de ces efforts de
renouvellement dans la tradition, il y a les synthèses, comme le pavillon de ta
République tchéco-slovaque qui fleure la jeunesse, la force, l'industrie en
même temps que la forêt et la campagne comme le pavillon des Pays-Bas, solide
protecteur contre la pluie et le froid, avec ses canaux et ses prairies en
miniature comme celui encore du Danemark en briques rouges, élémentaire,
rustique et trapu, comme enfin la section viennoise toute de fantaisie, de
frivolité dans ses lignes discrètes et désuètes d'un rococo bon enfant. Vanderpyl
Le Mercure de France : série moderne - directeur Alfred Vallette. 1º Julliet
1925. (pág. 235).
1 O pavilhão da Dinamarca (n.º 79 na planta oficial) de Kay Fisker (1893-1965)
fig. 2 – Localização do Pavilhão da Dinamarca.
“O pavilhão dinamarquês é moderno.” Diz Mallet-Stevens.
fig. 3 - “O pavilhão dinamarquês é moderno.”arquitecto Kay Fisker (1893-1965) pavilhão da Dinamarca.Postal AN 76 Paris.
E Vanderpyl: “o pavilhão da Dinamarca, em tijolo vermelho, elementar, rústico e atarracado”
fig. 4
Yvanhoé Ramboson, na “Revue de l’Art”, afirma que o “pavilhão da Dinamarca é um dos mais discutíveis da Exposição.”
E prossegue:
“A nobre
composição deste cubo, arejado nos quatro cantos mais visíveis, honra o seu
autor o Sr. Kay Fisker, que teve a coragem de se colocar com independência
perante um problema e resolvê-lo sem clamar por ajuda dos hábitos, das rotinas,
da história de arte e dos truques de atelier.” [1]
[1] « Le pavillon du Danemark est un des plus discutés de l'Exposition. (…) La noble ordonnance de ce cube, aéré aux quatre angles les plus en vue, fait honneur à son auteur, M. Kay Fisker, qui eut le courage de se placer en toute indépendance devant un problème et de le résoudre sans appeler à son aide les habitudes, les routines, l'histoire de l'art et les trucs d'atelier. Yvanhoé Rambosson (1872-1943), La Revue de l’Art ancien et moderne n. º 269. Septembre–Octobre 1925. (pág. 177).
2 O pavilhão da Checoslováquia (n.º 68) de Josef Gocar (1880-1945)
fig. 5 – Localização do pavilhão da Checoslováquia.
Mallet-Stevens “A Checoslováquia construiu um pavilhão interessante”
Vanderpyl: “o
pavilhão da República Checoslovaca, que transpira juventude, força e indústria,
ao mesmo tempo floresta e o campo”
E Waldemar George:
“O pavilhão da Checoslováquia, do arquitecto Gocar, é construído em cimento
armado com uma concepção de arquitetura industrial.
Caracteriza-se por um longo vão horizontal
que não se apoia em qualquer suporte. Este bonito pavilhão foi adornado com
painéis de pasta de vidro vermelho, que destroem as formas em vez de as
acentuar.” [1]
fig. 6– Josef Gocar,Le Pavillon de Tchecoslovaquie au Cours-la-Reine La revue de l’Art (pág.79).
fig. 7 – Josef Gocar. Pavillon National
Tchecoslovaquie. Postal AP 34. Paris.
E no cimo
do pavilhão uma escultura de Jan Josef Štursa (1880-1925) “Génio
com um ramo de Tília”.
“O primeiro pavilhão
estrangeiro que nos aparece é o da Checoslováquia, uma nação nova mas
fortemente apaixonada pela modernidade, a primeira a enviar os seus membros à
Exposição. Trabalho do arquiteto Gocar, o edifício é um dos mais curiosos com o
seu revestimento num material vermelho muito agradável que, sem que o pareça,
não é mais do que vidro, o mesmo vidro que é utilizado no interior de formas
extremamente variadas, de uma fábrica checoslovaca, conhecida mundialmente, que
também fabrica colares negros com apenas motivos decorativos para as últimas
criações de moda e alta costura.” [2]
fig. 8 – Exposition des Arts Décoratifs. Pavillon Tcheco Slovaquie (J. Gocar architecte). Postal NA 65 Paris.
fig. 9 – Otakar Švec (1892-1955), Le courreur a Motocyclette in La revue de
l’Art n.º268 Julliet-Aout 1925.(pág.255).
Gaston Varenne: “Este edifício original é talvez a coisa mais moderna que toda a secção da Checoslováquia tem para apresentar. Trata-se de uma obra do arquitecto Gocar, professor da Escola de Belas-Artes de Praga, que procurou sobretudo dispor de forma prática, no seu interior, uma série de stands destinados a apresentar a maior parte dos produtos da indústria do seu país.
Exteriormente, soube manter uma sobriedade de linhas retas, sem
qualquer complicação, cortadas por esta proa de navio que pode ter um significado
simbólico, mas que se destina principalmente a albergar, por detrás da sua
elegante saliência, o início da grande escadaria que conduz ao primeiro andar.”
[3]
[1] Le pavilion de la Tchecoslovaquie, du a l' architecte Gocar, et construit en ciment armé procede de la même conception que l’architecture industrielle. II est caracterisé par une longue portée horizontale qui ne repose sur aucun support. Ce beau pavillon a été deparé par un lambrissage en pâte de verre rouge, qui détruit les formes au lieu de les accuser. Le pavillon hollandais presente sans doute un très vif interet si l'on se place au seul point de vue de la constructlon. Mais son architecte fut très mal inspiré en s'efforçant de mettre certains principes modernes au service d'une tradition locale. Nous savons d'ailIeurs pertinemment que le groupe du " Styl " [sic] qui represente dans les Pays-Bas les tendances de la jeune architecture a ete empeche de prendre part a !'Exposition des Arts Décoratifs. Le Pavillon de la Suede, gracieux, élegant et bien proportionné, s'inspire du style empire.Le Pavillon polonais, dont l’'architecte est M. Czaikowski, apporte au contraire un élement nouveau. M. Czaikowski qui disposait d'un espace reduit a voulu mettre sur pied un ensemble parfaitement homogène, dont l'harmonie soit d'essence architectonique et non décorative. Nous trouvons ainsi les formes prismatiques qu'il adopta pour sa coupole lumineuse en verre reprises a l'intérieur du pavillon. Un tel mouvement des formes scelle l'unité plastique de I'édifice. C'est vers les maitres baroques que M. Czaikovski tourne parfois ses regards. Mais s'il utilise certains de leurs principes, il se garde d'imiter l'aspect exterieur de leurs oeuvres ou de leur emprunter leur répertoire de formes. Waldemar George Les Tendances Génerales in L’Amour des Arts décoratifs, n.º 8 Aout 1925 (pág.291). Source Gallica BnF.
[2] Le premier pavillon étranger qui s'offre à nous est celui de la Tchécoslovaquie,
nation neuve, mais fortement éprise de modernité, la première en date qui ait
envoyé son adhésion à l'Exposition. OEuvre de l'architecte Gocar, l'édifice est
un des plus curieux avec son revêtement en une matière rouge des plus
sympathiques laquelle, sans qu'il y paraisse, n'est autre que du verre, ce même
verre dont on trouvera à l'intérieur des utilisations extrêmement variées et
dont une usine tchécoslovaque, connue dans le monde entier, fabrique aussi bien
des colliers de nègres que des motifs décoratifs pour les créations les plus
récentes de la mode et de la haute couture. Yvanhoé Ramsson in Revue de l'Art n. 268 Julliet-Aout 1925 (pág. 33)
[3] Cet édifice original est peut-être ce que toute la section tchécoslovaque nous présente de plus moderne. Il est l'œuvre de l'architecte Gocar, professeur a l'Ecole des Beaux- Arts de Prague qui a surtout cherché à agencer pratiquement, à l'intérieur, une série de stands destinés à présenter la plupart des produits de l'industrie de son pays. A l'extérieur, il a su conserver une sobriété de lignes droites, sans nulle complication, coupées par cette proue de navire qui peut avoir une signification symbolique, mais qui est destinée principalement à loger, derrière son avancée élégante, le départ du grand escalier conduisant au premier étage. Gaston Varenne Art et Décoration n.º 285 Septembre 1925. (pág. 101).
3 O Pavilhão dos Países-Baixos (n.º 65) de
Jan Frederik Staal (1879-1940)
fig.
10 – Localização do pavilhão dos Países-Baixos
A “Holanda podia ter feito muito melhor” diz Mallet-Stevens, provavelmente lembrando-se do movimento Der Stijl [1], dos projectos e realizações, entre outros, de J.J. Peter Oud (1890-1963), de Theo van Doesburg (1883-1931), de Jan Wils (1891-1972) [2], de Bernard Bijvoek (1889-1979), de Jan Duiker (1890-1935) e de Williem Marinus Dudok (1884-1974).
E Waldemar
George, afirma que o grupo do Der Stijl foi mesmo impedido de participar.
“O pavilhão holandês é, sem dúvida, de grande interesse apenas do ponto de vista da sua construção. Mas o seu arquitecto estava muito mal inspirado ao tentar colocar certos princípios modernos ao serviço de uma tradição local. Sabemos ainda pertinentemente que o grupo "Styl" [sic], que representa as tendências da arquitetura jovem na Holanda, tenha sido impedido de participar na Exposição de Artes Decorativas.” [3]
Vanderpyl escreve “o pavilhão dos Países Baixos, um sólido protector contra a chuva e o frio, com os seus canais e prados em miniatura”
fig. 11 -
Jan Frederik Staal (1879-1940) Sketchs voor Pavillon de la Holande. OPD.
Henry Asselin resume assim o pavilhão neerdanlês: “Todo o pavilhão é a imponente e protectora cobertura.” [4]
fig. 12– J. F. Staal, Pavillon de la Holland. Postal A. N. 80 Paris.
Yvanhoe Ramsson: “Em nenhum país a arquitetura moderna foi tão amplamente acolhida como na Holanda. Em Amesterdão, bairros inteiros são construídos de acordo com a nova estética. O facto de, em rigor, não existir até agora, uma arquitectura holandesa talvez tenha facilitado a implementação de novas teorias. Em todo o caso, desde os últimos anos do século XIX, alguns arquitetos holandeses sacudiram o jugo tradicional para trabalhar com mais liberdade. Não é, por isso, de estranhar que o pavilhão da Holanda ser um dos melhores projectados para a Exposição. O seu arquiteto o Sr. Staal quis um revestinato de tijolos vermelhos, e é aí que aparece a superioridade dos materiais reais em todas os equipamentos e produtos de substituição.” [5]
fig. 13
[1]
Afastado da participação na Exposição pela Comissão holandesa que optou por um
pavilhão mais convencional que Van Doesburg considerou “fechado, negro sombrio
como uma igreja.” (Musée des Arts Décoratifs).
[2]
Jan Wils trabalhou em Portugal com Carlos Ramos num projecto para o estádio
Nacional e projectou ainda uma versão do Coliseu do Porto.
[3] Le pavilion de la Tchecoslovaquie, du a l'architecte Gocar, et construit en ciment armé procede de la même conception que l’architecture industrielle. II est caracterisé par une longue portée horizontale qui ne repose sur aucun support. Ce beau pavillon a été deparé par un lambrissage en pâte de verre rouge, qui détruit les formes au lieu de les accuser. Le pavillon hollandais presente sans doute un très vif interet si l'on se place au seul point de vue de la constructlon. Mais son architecte fut très mal inspiré en s'efforçant de mettre certains principes modernes au service d'une tradition locale. Nous savons d'ailIeurs pertinemment que le groupe du " Styl " [sic] qui represente dans les Pays-Bas les tendances de la jeune architecture a ete empeche de prendre part a !'Exposition des Arts Décoratifs. Le Pavillon de la Suede, gracieux, élegant et bien proportionné, s'inspire du style empire. Le Pavillon polonais, dont l’'architecte est M. Czaikowski, apporte au contraire un élement nouveau. M. Czaikowski qui disposait d'un espace reduit a voulu mettre sur pied un ensemble parfaitement homogène, dont l'harmonie soit d'essence architectonique et non décorative. Nous trouvons ainsi les formes prismatiques qu'il adopta pour sa coupole lumineuse en verre reprises a l'intérieur du pavillon. Un tel mouvement des formes scelle l'unité plastique de I'édifice. C'est vers les maitres baroques que M. Czaikovski tourne parfois ses regards. Mais s'il utilise certains de leurs principes, il se garde d'imiter l'aspect exterieur de leurs oeuvres ou de leur emprunter leur répertoire de formes ...
Waldemar George Les Tendances Génerales in L’Amour des Arts décoratifs, n.º 8 Aout 1925 (pág.291).
[4] toute la bâtisse est dans le toit imposant et protecteur. Henry Asselin
(1884-1979) Art et Decoration (pág. 166)
[5] En aucun pays il n'a été fait plus large accueil à l'architecture moderne qu'en Hollande. A Amsterdam, des quartiers entiers sont construits selon l'esthétique nouvelle. Le fait qu'à proprement parler il n'existait pas jusqu'ici d'architecture hollandaise a peut-être facilité la mise en œuvre de théories nouvelles. Quoi qu'il en soit, dès les dernières années du xixe siècle, quelques architectes hollandais secouèrent le joug traditionnel pour oeuvrer plus librement. Il n'est donc pas étonnant que le pavillon des Pays-Bas soit un des mieux conçus de l'Exposition. Son architecte, M. Staal, l'a voulu en briques rouges, et c'est là qu'apparaît la supériorité de matériaux vrais sur tous les staffs et produits de remplacement. La Revue des Arts anciennes et modernes n. º 268 Julliet-Aout 1925 (pág. 33).
4 O Pavilhão da Áustria (n.º 63) de Joseph Hoffmann (1870-1956)
fig. 14
Mallet-Stevens,
pensando no que Joseph Hoffmann (1870-1956) já então havia realizado, considera
que “a Áustria também está abaixo do que poderíamos
esperar.”
fig. 15 - Joseph Hoffmann (1870-1956). Exposition des Arts Décoratifs. Le pavillon de l’Autriche Postal 43 A.P. Paris.
Por seu lado Yvanhoé Rambosson na La Revue de L’Art escreve:
“Viena sempre foi a reguladora do gosto na Europa Central. A arte vienense possui uma graciosidade que falta às melhores produções da Alemanha. Está muito mais próximo da arte parisiense do que da arte alemã. Isto é evidente ao visitar as delicadas construções que são obra de um mestre, o Sr. Joseph Hoffmann. Este artista austríaco, que luta por ideias saudáveis há mais de um quarto de século, teve uma influência considerável no seu país. O pavilhão austríaco e o pequeno café adjacente, nas margens do Sena, são testemunhos de um sentido utilitário aliado a uma verve engenhosa.” [1]
fig. 16
E Vanderpyl: “a secção vienense, toda fantasia e frivolidade nas suas linhas discretas e antiquadas de um rococó bem-comportado.”
fig. 17
fig. 18 - Joseph Hoffmann Arch. Pavillon
de l’Autriche. Postal AN 43 Paris.
No interior do Pavilhão a “Cidade no Espaço” de Frederick Kiesler (1890-1965) como membro austríaco do grupo Der Stijl. O grupo tinha sido afastado pelos neerlandeses de participar no Pavilhão da Holanda.
fig. 19 - Frederick Kiesler: The City in Space, model
in Austrian section, International Exposition, Paris, 1925. Plate 14.do catálogo da exposição De Stijl. The Museum of Modern Art. (pág. 13).
[1] Vienne a toujours été la régulatrice du goût dans l'Europe centrale. L'art viennois possède une grâce qui manque aux meilleures productions de la Germanie. Il est beaucoup plus près de l'art parisien que de l'art allemand. On s'en aperçoit en visitant les délicates constructions qui sont l'oeuvre d'un chef d'école, M. Joseph Hoffmann. Cet artiste autrichien qui, depuis plus d'un quart de siècle, lutte pour de saines idées, a eu dans son pays une influence considérable. Le pavillon autrichien et le petit café qui lui est attenant, en bordure de la Seine, sont des témoignages d'un sens utilitaire allié à une verve ingénieuse. Yvanhoé Rambosson in La Revue de l’Art n. º 268 julliet-Aout 1925. (pág. 34).
5 O pavilhão da Bélgica (n.º 75) de Victor Horta (1861-1947)
fig. 20
Mallet-Stevens inclui o pavilhão belga num grupo com o Japão, a Inglaterra e a Espanha e considera:“Os pavilhões da Bélgica, do Japão, da Inglaterra, da Espanha, não são modernos.”
E adianta que “a Bélgica e a Itália têm nos seus países homens muito qualificados para representar a arquitetura do amanhã”.
Artur Portela no Diário de Lisboa afirma “o pavilhão belga, por dentro e por fora, com delicadezas de “boudoir”, a traírem impotência e pouca claridade de estilo.”
Vanderpyl também classifica o pavilhão “dos belgas de neo-bruxelense”.
E Yvanhoé Rambosson “O pavilhão belga é obra do Sr. Victor Horta, um dos iniciadores do movimento de renascimento das formas, há mais de trinta anos.
Este edifício
ocupa um lugar de honra. Assim que se chega à Place des Nations, fica-se impressionado com a nobreza das suas linhas ascendentes e com
o equilíbrio das suas proporções.
A única coisa que
nos incomoda é o abuso da estatuária, cuja remoção aligeirava o efeito geral,
salientando a pureza da concepção arquitetónica. [1]
Para Paul Vitry:“O curioso pavilhão que o Sr. Horta construiu para a Bélgica com os seus contrafortes salientes e as suas as cornijas são um exemplo da vontade fundamentada de um arquitecto que esteve entre os primeiros modernistas e sabiamente se aproximou do gosto e da lógica dos materiais actuais.” [2]
fig. 21 - Victor Horta (1861-1947) Le Pavillon Belge
Exposition Internationale des Arts Décoratifs. Postal 23.Paris 1925.
fig. 22
[1] Le pavillon belge est dû à M. Victor Horta, un des initiateurs du mouvement de la renaissance des formes, il y a plus de trente ans. Cette construction occupe une place d'honneur. Dès qu'on se trouve sur la place des Nations, on est frappé par la noblesse de ses lignes ascendantes et par l'équilibre de ses proportions. Seul, nous gêne un abus de la statuaire, dont la suppression allégerait l'ensemble en dégageant la pureté de la conception architecturale. Yvanhoé Rambosson La Revue des Arts n.º 269 Septembre-Octobre 1925. (pág. 35)
[2] Le curieux pavillon que M. Horta a construit pour la Belgique avec ses
contreforts saillants et ses corniches accusées est un exemple de la volonté
raisonnée d’un architecte qui fut parmi les modernistes de la première heure et
s’est sagement rapproché du goût et de la logique des matériaux d’aujourd’hui.
Paul Vitry, Gazette des Beaux Arts Julliet-Aout (pág. 10).
6 O pavilhão do Japão (n.º 62) de Jun Yamada (1884-1969) & outros
23
No Diário de Lisboa diz Artur Portela: “…o japonês – apenas curioso pela verdade sóbria, microscópica e narrativa dos costumes.”
fig. 24 – Pavillon du Japon in la Revue de
L’Art n.º 269 Septembre-Octobre 1925. (pág.157).
E Yvanhoé Rambosson deixa-se atrair pelo exotismo da cultura e do pavilhão japonês.
“Ali perto, também
nas margens do rio, que são particularmente iluminadas à noite, os japoneses
mostram-nos uma casa e uma casa de chá. Seria interessante saber que papel
desempenha aqui a modernidade e como é que os arquitectos japoneses, que
infelizmente também viram as suas regiões devastadas, se adaptaram às
realidades da vida científica actual. De qualquer forma, a participação
japonesa cativa-nos, pelo que nos dá a conhecer sobre uma civilização muito
diferente da nossa. Que encanto tentador tem para nós uma visita a uma
residência burguesa transportada das Ilhas Mikado em frente da cúpula dos
Inválidos.” [1]
fig. 25
[1] A côté, également sur les bords du fleuve qui s'en trouvent particulièrement égayés le soir, les Japonais nous présentent une habitation et une maison de thé. Il serait intéressant de savoir quelle est ici la part de la modernité et en quoi les architectes japonais qui eurent, hélas eux aussi, leurs régions dévastées, se sont adaptés aux réalités de la vie scientifique d'aujourd'hui. En tout cas, la participation japonaise nous captive, par ce qu'elle nous fait connaître d'une civilisation très différente de la nôtre. Quel charme piquant a pour nous la visite d'une demeure bourgeoise transportée de toutes pièces des îles du Mikado en face du dôme des Invalides. La Revue de l’Art n. º 268 Julliet-Aout 1925. (pág. 34).
7 O pavilhão da Grã-Bretanha (n.º
76) de John Murray Easton (1889-1975) & Howard
Morley Robertson (1888-1979).
fig. 26 – Localização do pavilhão da Grã-Bretanha.
fig. 27 – Les Pavillons de la Grande-Bretagne et de l’Italie. La Revue de l’Art n. 269, Septembre-Octobre 1925. (pág. 161).
Vanderpyl: “A Grã-Bretanha oferece uma amostra do neo-inglês de que apenas o encantador veleiro, no topo, vale a pena recordar”
E o crítico faz um
breve resumo da arte decorativa inglesa.
Estes profetas ficaram sem discípulos?
Ou será que as teorias iniciais de Ruskin
continham, com o seu horror à maquinaria e às realidades científicas e sociais
do nosso tempo, uma semente de morte?
De qualquer forma, não encontramos nada na secção
inglesa que não fosse conhecido por nós.
A Galerie des Invalides, um espaço pequeno e simples, não contém objetos verdadeiramente modernos. Aí vemos o Maple de há trinta anos, memórias de Chippendale, outras de Hepplewhite e Sheraton, tão copiosamente influenciados pelo nosso Directório, e é tudo! Sem dúvida, a bandeira nacional é melhor partilhada.
Alguns conjuntos de inspiração mais contemporânea
foram ali colocados pela Sra. Maufe, mas nenhum deles impressiona pela sua
originalidade. Todas estas criações sofrem com a pobreza dos seus conceitos
construtivos, a sua frieza e a sua falta de entusiasmo. A decoração da
perspectiva abobadada pelo antigo presidente da Associação Arts and Crafts, Sr.
Henry Witsou, dá à galeria que alberga estas peças, uma unidade cuja nobreza
algo rigorosa carece de magnificência.”
“Na verdade, só
nos interessa o próprio Pavilhão, cujos planos são da autoria de MM. Easton e
Robertson. Não que reconheçamos nele uma tentativa relacionada com as nossas
ideias sobre arquitetura, mas porque ela exala uma fantasia que se sente
totalmente em casa numa construção festiva temporária.
Além disso, o Coronel Cole, Comissário-Geral,
determinou perfeitamente o seu significado e aprovação nas seguintes linhas, às
quais nada tenho a acrescentar:
O Pavilhão
Britânico, cuja forma e decoração não são tradicionais, parece ter
desconcertado um pouco o público, que sem dúvida esperava encontrar ali um eco
das obras-primas da arquitectura nacional. O que procuraram acima de tudo foi a
nota alegre e viva, divertida, combinando com a atmosfera brilhante e
febril de Paris, bem como com a atmosfera muito especial de uma exposição
internacional.” [1]
fig. 29
– Le Restaurant de Grande-Bretagne. Postal AN 32 Paris.
“A forma como a
Grã-Bretanha está representada na Exposição de 1925, a estranheza do pavilhão
britânico, a organização e decoração das várias secções britânicas, a falta de
originalidade e novidade dos objectos aí expostos, causaram uma surpresa
considerável a quem recordando como era a arte decorativa em Inglaterra há
vinte e cinco anos, não ousava duvidar de que este ano nos traria os resultados
de uma renovada atividade.” [2]
E remata afirmando que “o que surpreende, no pavilhão britânico é que seja tão puco britânico.” [3]
[1] Pourquoi ne pas le dire? La participation anglaise a quelque peu désillusionné ceux d'entre nous qui espéraient une continuation au merveilleux labeur d'art entrepris en Grande-Bretagne, vers le milieu du XIX" siècle, par les Ruskin, les William Morris et les Walter Crane. Ces prophètes sont-ils restés sans disciples? Ou les théories initials de Ruskin contenaient elles, avec leur horreur du machinisme et des réalités scientifiques et sociales de notre temps, un germe de mort? Quoiqu'il en soit, nous ne trouvons dans la section anglaise rien qui ne nous soit connu. La Galerie des Invalides, une petite chambre simplette à part, ne contient aucun envoi vraiment moderne. Nous voyons là le Maple d'il y a trente ans, des souvenirs de Chippendale, d'autres d'Hepplewhite et de Sheraton, si copieusement influencé par notre Directoire, et c'est tout ! Sans doute, le pavillon national est mieux partagé. Quelques ensembles d'une inspiration plus actuelle y ont été disposés par Mrs Maufe, mais aucun ne frappe par son originalité. Toutes ces créations pèchent par la pauvreté des conceptions constructives, par leur froideur et leur manque de verve. La décoration de la perspective voûtée par l'ancien président de l'Association « Arts and Crafts », M. Henry Witsou, confère à la galerie qui abrite ces pièces une unité dont la noblesse un peu rigoriste manque de magnificence. A la vérité, seul nous intéresse le Pavillon lui-même, dont les plans sont dus à MM. Easton et Robertson. Non que nous reconnaissions en lui une tentative en rapport avec nos idées sur l'architecture, mais parce qu'il s'en dégage une fantaisie tout à fait à sa place dans une construction de festivité temporaire. D'ailleurs, le colonel Cole, commissaire-général en a parfaitement déterminé le sens et l'agrément dans les lignes suivantes auxquelles je n'ai rien à ajouter. Le Pavillon britannique, dont la forme et la décoration n'ont rien de traditionnel, semble avoir légèrement déconcerté le public, qui s'attendait sans doute à y trouver un écho des chefs-d'oeuvre de l'architecture nationale. Ce qu'on a cherché surtout, c'est la note gaie, pimpante, amusante, cadrant avec l'atmosphère brillante et fiévreuse de Paris, ainsi qu'avec celle toute particulière d'une exposition internationale. Yvanhoé Rambossom La Revue de l’Art n. º 269 Septembre-octobre 1925. (pág. 167 a 169)
[2] La façon dont la Grande-Bretagne est représentée à l'Expositon de 1925, l'étrangeté du pavillon britannique, l'aménagement et la décoration des différentes sections britanniques, le peu d'originalité et de nouveauté des objets qui y sont exposés, ont causé une assez grande surprise à ceux qui. se rappelant ce qu'était l'art décoratif en Angleterre il y a vingt-cinq ans, n'osaient pas douter qu'il nous apportât cette année les résultats d'une activité renouvelé. Gabriel Mourey Art et Décoration Octobre 1925 (pág. 157)
[3] ce qui surprend, dis-je, dans
le pavillon britannique, c'est qu'il soit si peu britannique. Gabriel Mourey Art et Décoration Octobre 1925 (pág. 157).
8 O Pavilhão de Espanha (n.º 87) Pascual Bravo Sanfeliú (1893-1984)
fig. 30
Vanderpyl, considera o pavilhão dos “espanhóis de austero e caloroso neo-ibérico”.
fig. 31 – Pavillon d’Espagne arquitecto Pascual Bravo Sanfeliú
(1893-1984). Foto Ville de Paris / BHdV
Yvanhoé Rambosson: “A Espanha tem alguns arquitetos e decoradores de tendência perfeitamente moderna. No entanto, ela construiu um pavilhão em estilo mouresco ligeiramente modificado. Não se pode negar o gosto com que o Sr. Pascual Bravo o construiu e o gosto com que supervisionou a organização interior. Coloca-se, no entanto, uma questão de princípio. O senhor Mateo Hernández, escultor fogoso e preciso, que povoou os canteiros com uma fauna intensamente viva, esculpida directamente no diorito, permanece sozinho no programa.” [1]
fig. 32 – Pavillon d’Espagne La Revue de l’Art ,
n.º 269 Septembre-Octobre 1925. (pág. 171).
H. Martinie afirma que “Este pavilhão reproduz o esquema geral da casa hispano-árabe, mas sem pastiche. Exteriormente, as fachadas apresentam plantas rectangulares bem dimensionadas cuja nudez apenas é quebrada pelas linhas verticais das colunas. Pérgulas cobrem os terraços e dão um toque pitoresco na rigidez do conjunto.
As colunas com cerâmica
azul e as caixilharias pintadas de verde contrastam vigorosamente com o branco
das paredes. Por fim, as duas torres quadradas, cobertas por um telhado plano,
que dominam a construção, lembram ainda que vagamente os minaretes.” [2]
fig. 33 - Pavillon d’Espagne Pascual Bravo architecte. Colonnes et écussons par R. Roca ; porte en fer martelé par J.J. Garcia. AM (planche LXXXV).
fig. 34 – Mateo Hernandez (1885-1949). Pantera de Java 1922/25. Diorire
80 × 184,8 × 27,3 cm. Actualmente no The Metropolitan
Museum of Art. New York.
A escultura fazia parte de um grupo de seis esculturas que o escultor Mateo Hernandez (1885-1949), colocou em torno do pavilhão de Espanha.
O crítico René-Jean (René Hippolyte Jean1879-1951)
na Revue de L’Art escreve :
“É uma obra capital que
basta para comprovar a mestria do seu autor. O senhor Mateo Hernandez dá
continuidade aos escultores do Egipto e da Assíria.
Possui a sua humildade
honesta, o seu desejo pela perfeição, o seu amor pela vida, que traduz
perseguindo-a com paixão nas suas mais pequenas nuances.” [3]
[1] L’Espagne compte quelques architectes et décorateurs de tendance
parfaitement moderne. Elle n’en a pas moins édifié un pavillon de style
mauresque légèrement modifié. On ne saurait nier le gout avec lequel M. Pascual
Bravo le construisit et celui qui présida à l’organisation intérieure. Une
question de principe cependant se pose. M. Mateo Hernández, sculpteur fougueux
et précis, qui peupla les parterres d’une faune intensément vivante,
directement taillée dans la diorite, reste seul dans le programme. Y. Rambosson
(1872-1943), L’Exposition des Arts Decoratifs. La
participation étrangère : II. Japon, Belgique, Anglaterre, Italie, Russie,
Yougoslavie, Espagne, Luxembourg, Suisse, Grèce, Danemark, Turquie, La Revue de l’Art, n.º 269 Septembre-Octobre 1925. (pág. 175)
[2] Ce pavillon reproduit la disposition générale delà maison hispano arabe, mais sans pastiche. Extérieurement, les façades présentent de vastes plans rectangulaires dont les lignes verticales des colonnes rompent seules la nudité. Des pergolas couvrent les terrasses et apportent une note pittoresque dans la rigidité de l'ensemble. Les colonnes de faïence bleue, les charpentes peintes en vert, jouent vigoureusement sur le blanc des murs. Enfin les deux tours carrées, couvertes d'un toit plat, qui dominent la construction rappellent très librement les minarets. H. Martinie (1881-1963) Art et Décoration n.º 287 Novembre 1925 (pág.176)
[3] C'est une pièce capitale qui suffit à prouver la maîtrise de son auteur. M. Mateo Hernandez continue les sculpteurs de l'Égypte et de l'Assyrie. Il possède leur probe humilité, leur désir de perfection, leur amour de la vie, qu'il traduit en la poursuivant avec passion dans ses moindres nuances. René-Jean, La Sculpture à l’Exposition des Arts Décoratifs in La Revue de L’Art Ancienne et Moderne n.º 270 Novembre 1925 (pág. 252 e 253).
9 Pavilhão da Polónia (n.º 66) de Joseph Czaikovski (1872-1947)
fig. 35
Waldemar George escreve: “O Pavilhão Polaco, projetado pelo Sr. Czaikowski, por outro lado, traz um novo elemento.
O senhor Czaikowski, que tinha um espaço
limitado, queria criar um conjunto perfeitamente homogéneo, cuja harmonia fosse
essencialmente arquitectónica e não decorativa. Encontramos assim repetidas no
interior do pavilhão as formas prismáticas que adoptou para a sua cúpula de
vidro luminoso. Tal movimento de formas sela a unidade plástica do edifício. É
para os mestres barrocos que o Sr. Czaikovski dirige, por vezes, o seu olhar.
Mas se utiliza alguns dos seus princípios,
tem o cuidado de não imitar a aparência exterior das suas obras nem de tomar de
empréstimo o seu repertório de formas... “ [1]
fig. 36 – Pavillon de la Republique Polonaise (Joseph Czaikovski Arch.) Postal A.P 62
E Yvanhoé Rambosson: “A torre do pavilhão polaco brilha de longe como um cristal de rocha monumental. Composta por múltiplas superfícies geométricas em vidro biselado, durante o dia condensa e reflete os raios solares e à noite as variações de luz, transformando-se num elegante e precioso farol. O Sr. Czarkowski apoiou esta cúpula original em oito colunas feitas de madeira de uma estranha beleza. São troncos de carvalhos centenários, recentemente retirados do leito do Vístula, de cor negra, realçados por uma escultura hábil, em harmonia com os elementos do telhado de vidro.” [2]
fig. 37 – Le Pavillon de la Pologne au Cours-la-Reine.
Revue de l’Art n.
º 268, Julliet-Aout 1925. (pág.84).
fig. 38 – Henry Kuna, la scupture “rytme” dans
l’entrée du Pavillon polonais 1925.
[1] Le pavillon de la Tchecoslovaquie, du a l' architecte Gocar, et construit en ciment armé procede de la même conception que l’architecture industrielle. II est caracterisé par une longue portée horizontale qui ne repose sur aucun support. Ce beau pavillon a été deparé par un lambrissage en pâte de verre rouge, qui détruit les formes au lieu de les accuser. Le pavillon hollandais presente sans doute un très vif interet si l'on se place au seul point de vue de la constructlon. Mais son architecte fut très mal inspiré en s'efforçant de mettre certains principes modernes au service d'une tradition locale. Nous savons d'ailIeurs pertinemment que le groupe du " Styl " [sic] qui répresente dans les Pays-Bas les tendances de la jeune architecture a été empeché de prendre part a !'Exposition des Arts Décoratifs. Le Pavillon de la Suede, gracieux, élegant et bien proportionné, s'inspire du style empire. Le Pavillon polonais, dont l’'architecte est M. Czaikowski, apporte au contraire un élement nouveau. M. Czaikowski qui disposait d'un espace reduit a voulu mettre sur pied un ensemble parfaitement homogène, dont l'harmonie soit d'essence architectonique et non décorative. Nous trouvons ainsi les formes prismatiques qu'il adopta pour sa coupole lumineuse en verre reprises a l'intérieur du pavillon. Un tel mouvement des formes scelle l'unité plastique de I'édifice. C'est vers les maitres baroques que M. Czaikovski tourne parfois ses regards. Mais s'il utilise certains de leurs principes, il se garde d'imiter l'aspect exterieur de leurs oeuvres ou de leur emprunter leur répertoire de formes ... Waldemar George Les Tendances Génerales in L’Amour des Arts décoratifs, n.º 8 Aout 1925 (pág.291). Source Gallica BnF.
[2] « La flèche du pavillon polonais resplendit de loin comme un cristal de roche monumental. Composée de multiples surfaces géométriques en verre biseauté, dans la journée elle condense et reflète les rayons du soleil et les variations de la lumière la nuit, elle se transforme en un phare élégant et précieux. M. Czarkowski a fait reposer cette originale coupole sur huit colonnes dont le bois est d'une étrange beauté. Ce sont des troncs de chênes plusieurs fois séculaires, récemment retirés du lit de la Vistule, et d'une coloration noire qu'anime une taille habile, en rapport avec les éléments de la verrière. » Yvanhoé Rambosson, La Revue de l’Art n. º 268 (pág. 33 e 34).
10 O Pavilhão da Suécia (n. º 65) Carl S.Bergsten (1879 - 1935)
fig. 39
Gabriel Mourey:“Reflectindo-se numa bacia rectangular cujas lajes de pedra estão adornadas com urnas e bancos de ferro fundido com formas e ornamentação encantadoras, o pavilhão sueco foi projectado por Carl S. Bergsten, um dos mais jovens construtores da plêiade que, juntamente com Ragnar Ostberg, o arquitecto da Câmara Municipal de Estocolmo, Karl Westmann, Erik Lallemtedt, Gunnar Asplund, Ivar Teagbom e L. I. Wahlman, seguindo Ferdinand Hubert, deram à arquitectura sueca uma direcção feliz nos últimos vinte e cinco anos.
Uma galeria, decorada com esbeltas colunas, baixos-relevos de terracota
representando os Quatro Ventos de Ivar Johnsson e vasos de majólica compostos
por Carl Milles, permite o acesso, virado para a bacia, enquanto nas fachadas
laterais existem portas recuadas encimadas por baixos-relevos de Nils Sjögren
representando "Vulcano e Vénus" num estilo muito agradável e
ligeiramente arcaico. Esculturas do grande escultor Carl Milles estão
espalhadas pelo pavilhão, destacando as suas silhuetas originalmente
decorativas nas fachadas brancas e nuas.”
[1]
fig. 40 – Le Pavillon de Suède au Cours-la-Reine. La Revue de l’Art. n.º 268. Julliet-Aout 1925. (pág. 88).
fig. 41- Pavillon National de la Suède.
(Carl S.Bergsten architecte) et la Fontaine de « l’Offrande » (par
Aronson sculpteur). Postal AP 50.
Waldemar George: “O Pavilhão da Suécia, gracioso, elegante e bem porprocionado, inspira-se no estilo Império.”
[1] Se mirant dans un bassin rectangulaire dont les bonis de pierre sont
ornés d'urnes et de bancs en fonte d'une forme et d'une ornementation
charmantes, le pavillon de la Suède a pour auteur Carl S. Bergsten, l'un des
plus jeunes bâtisseurs de la pléiade qui avec Ragnar Ostberg, architecte de
l'Hôtel de Ville de Stockholm, Karl Westmann, Erik Lallemtedt, Gunnar Asplund,
Ivar Teagbom, L. I. Wahlman, ont, à la suite de I erdinand Hubert;, donné,
depuis vingt-cinq ans, à l'architecture suédoise une si heureuse orientation.
Une loggia, agrémentée de fines colonnettes, de
bas-reliefs de terre-cuite représentant les Quatre Vents par lvar Johnsson et
de vases de majolique composés par Carl Milles y donne accès, face au bassin,
tandis que s'ouvrent, dans les façades latérales, des portes en retrait
surmontées de bas-reliefs de Nils Sjôgren où sont figurés « Vulcain et
Venu» dans un style un peu archaïque fort agréable. Des sculptures du grand
sculpteur Carl Milles, sont disséminées autour du pavillon, profilant sur la
nudité blanche des façades leurs silhouettes si originalement décoratives. Gabriel
Mourey Art et Décoration n,º 286 Octobre 1925. (pág. 137).
E, para terminar importa ainda referir, os discretos Pavilhões da Jugoslávia, da Turquia, do
Mónaco, da Suiça e da Grécia, que mereceram pouca atenção da crítica.
11 O Pavilhão da Jugoslávia (n. º 86), S. Hribar architecte
fig. 42 – Localização do pavilhão da Jugoslávia.
A Jugoslávia é então um jovem país aglutinando as monarquias da Sérvia, Croácia e Eslovénia.
fig. 43 – Pavillon de Yugo Slavia. Postal AN 139 Paris.
Escreve o crítico e historiador de arte Charles Saunier (1865-1941):
“O uso criterioso da madeira como
elemento decorativo chama a atenção desde a entrada do pavilhão nacional
Jugoslavo. O acesso faz-se através de um portão de carvalho cujos pilares e
arquitrave são alegremente decorados com motivos regulares que o escultor Y.
Branis, conhecedor do material, tratou segundo um grupo de linhas quebradas, em
grandes planos que conservam a robustez da madeira, ao mesmo tempo que garantem
ao conjunto uma legibilidade ao ar livre que produz tanto mais efeito quanto o
motivo se destaca contra uma parede nua, formando naturalmente um dos lados do
cubo que resume toda a arquitetura exterior do pavilhão.” [1]
12 O
Pavilhão da Turquia (n. º 78), Maurice Armand Fildier (1887-1962)
architecte.
fig. 44
fig. 45
13 O
Pavilhão do Mónaco (n. º 64), Jean (Baptiste Louis) Medecin
(1877-1946) architecte
fig. 46 – Localização do pavilhão do Mónaco.
fig. 47 – Medecin architecte. Pavillon de Monaco. Postal AN 24 Paris.
O crítico René Chavance escreve:
“O pavilhão nacional do Principado do Mónaco situa-se
entre os pavilhões da Áustria e da Suécia, nos Campos Elísios, nas margens do
Sena. O seu arquitecto, o Sr.
Médecin, deu-lhe linhas muito simples, que não são, em rigor, inspiradas em
nenhuma característica local. No entanto, através
de todos os tipos de pormenores engenhosos, conseguiu criar uma atmosfera muito
significativa. É a costa mediterrânica, com a
sua luz pura e a sua vegetação ardente, é a medida latina e é também a
elegância moderna da residência de luxo que este pequeno palácio evoca, para o
visitante menos informado. Primeiro, a toda a volta, há canteiros onde, por
entre as rochas, os cactos e as figueiras-da-índia eriçam os seus espinhos, ao
lado das aloés (babosas), das yuccas e das aganas. E depois, na
fachada, por cima de três altas portas de ferro forjado de Edgar Brandt, os
graffiti de Joseph Bouchon retratam amplamente as flores da Côte d'Azur e os
seus belos frutos em frente a im mar de ondas tranquilas.” [2]
fig. 49
René
Chavance
“O
pavilhão no Cours-la-Reine, é mais especificamente reservado ao turismo e
apenas oferece, para além da sua arquitetura, na qual o Sr. Rittmeyer se
inspirou muito directamente nos tipos locais, tem apenas um interesse modesto
do ponto de vista decorativo.” [3]
15 O Pavilhão da Grécia (n. º 80), Konstantinos Skyrianos (1886- ) architecte
fig. 50
A Grécia participa na Exposição pouco de pois de assinar o armistício que consagrou a paz com os Turcos, em 1922.
fig. 51
Jean Hiriart escreve na Vient de paraitre:
"A
Grécia, que ainda sonha com as suas trirremes brancas, mancha loira nas margens
do mar violeta" [4]
[1] L'emploi judicieux du bois comme élément décoratif frappe dès l'entrée du pavillon national Yougoslave. L'accès est constitué par un portail en chêne dont les piliers et l'architrave sont très heureusement décorés de motifs réguliers que le sculpteur Y.Branis, familier du matériau, a traité selon un parti de lignes brisées, par grands plans qui conservent au bois sa robustesse,tout en assurant à l'ensemble une lisibilité dans le plein air qui produit d'autant plus d'effet que le motif se détache sur un mur nu, formant l'un des cotés du cube bien entendu qui résume toute l'architecture extérieure du pavillon. Art et Décoration n.º 287 Novembre 1925. (pág. 188).
[2] Le pavillon national de la principauté de Monaco s'élève entre ceux de l'Autriche et de la Suède, dans les Champs-Elysées, au bord de la Seine. Son architecte, M. Médecin, lui a donné des lignes très simples, que n'inspire à proprement parler aucun caractère local. Néanmoins, par toutes sortes de détails ingénieux, il a su créer une atmosphère très significative. C'est la côte méditerranéenne, avec sa pure lumière et son ardente végétation, c'est la mesure latine et c'est aussi l'élégance moderne de la résidence de luxe qu'évoque, pour le visiteur le moins prévenu, ce minuscule palais.
D'abord tout à l'entour s'allongent des plates bandes où, parmi les rocailles,
le cactus et le figuier de Barbarie hérissent leurs dards, à côté de l'aloès,
du yuca, et de l'agane.
Et puis, sur la façade, au-dessus de trois hautes portes en fer forgé d'Edgar Brandt, des sgraffittes de Joseph Bouchon figurent en leurs images largement tracées les fleurs de la Côte d'Azur et ses beaux fruits devant la mer aux flots paisibles. René Chavance Arte et Décoration n.º 284 Aout 1925. (pág, 72)
[3] le pavillon du Cours la Reine, plus spécialement réservé au tourisme et qui n'offre, en dehors de son architecture pour laquelle M. Rittmeyer s'est très directement inspiré des types locaux, qu'un modeste intérêt au point de vue décoratif. René Chavance Art et Décoration n.º 284 Aout 1925 (pág. 84)
[4] la
Grèce qui rêve encore à ses blanches triremes, tache blonde au bord de la mer
violette. Jean
Hiriart, in Vient de Paraitre.
(pág. 155).
CONTINUA
Sem comentários:
Enviar um comentário